domingo, 29 de janeiro de 2012

Ontem, num ataque de nostalgia despoletado pela curiosidade da minha irmã, vi num DVD com gravações antigas (muito antigas) algo que me deixou realmente comovida. 

Vi a minha amiga J., ainda criança, a dançar. 

E sim, há mais de 10 anos que não via a J. a dançar. Ou a correr, ou a saltar. Vi-a a andar, com a ajuda de muletas, a dar um passo de cada vez.

É verdade que a J. é, provavelmente, das pessoas mais corajosas que eu conheço. Não tem pena de si própria, faz tudo aquilo que consegue da melhor forma possível, namora, conduz, sai à noite e diverte-se, foi sempre uma aluna excelente e agora está no último ano de Arquitectura. Não digo que, por vezes, não sofra com a sua situação. Porque sofre. E chora. Mas ultrapassa. 

Mas esse "ultrapassar" não seria necessário se há 11 anos não tivesse existido uma alminha que, bêbado, foi contra o carro onde a J. seguia, fazendo com que o cinto, que salvou a sua vida, acabasse, graças à força do impacto, por "esmagar" a sua coluna. E como eu não sou, de todo, santa nem altruísta a esse ponto (nem pretendo ser), só me apetece dizer que o justo seria essa alminha passar o resto da sua vida na prisão.

2 comentários:

S* disse...

É bom ver gente com essa força!

B.L. disse...

E a J. tem muita força para ser vista :)