domingo, 29 de janeiro de 2017

Coisas curiosas

A minha amiga de há 24 anos, mãe de um pequeno de quase 4 meses (e por sinal meu afilhado) publicou ontem à noite, no Facebook (claro) um (longo) texto sobre o quão difícil é ser mãe (ainda que seja maravilhoso). Achei curioso. Por várias razões.

Eu sei que nunca fui mãe (e estes textos tiram-me toda a vontade de algum dia vir a ser - a sério, como eu já disse a outras amigas minhas mães, ao ler/ouvir estas coisas eu sinto - mesmo a sério! - os meus ovários a mirrarem) mas não consigo deixar de achar um bocadinho fundamentalista e perigosa esta coisa do "vou dedicar todo o meu tempo ao meu filho" ou "eu não quero saber se tenho a mama toda lixada, a mim o que mais me interessa é que o meu filho esteja bem". Tudo bem, acredito que o bem-estar da criança passe a ser fundamental - e é bom que assim seja -, mas porra, e o bem-estar da mãe? Não será, também, importante?

Outra coisa curiosa é o ela dizer que "tomar banho é um luxo" e é impossível cozinhar sem deixar o bebé a chorar. Fala do mudar as fraldas, do dar o xarope. Fala que sair 5 segundos do campo de visão, ele chora. Esta é a parte mais curiosa e que mais me faz confusão. Porque eu sei, por conversas que já tivemos, que ela faz isto tudo SOZINHA. Porque o pai do bebé é um traste (a coisa mais simpática que consigo dizer dele) e que apesar de estar "presente", não está realmente presente. Porque passa o tempo que está em casa nessa atividade tão interessante e importante que é... Jogar computador. Assim é normal que ela não faça nada, porque é só ela a tratar do miúdo. Assim é natural que ele chore quando ela não está - simplesmente, porque é só ela a tratar dele.

Diz-me ela que, um dia que eu seja mãe (sim, ela é das que acha que se eu nunca for mãe nunca vou ser completa), eu vou compreender. Bem, sinceramente, acho que não. Sinceramente, se eu algum dia tiver filhos, o pai da criança vai ter que mudar fraldas, vai ter que cozinhar enquanto eu dou de mamar (se é que eu vou dar de mamar). Vai ter que ficar a tomar conta do miúdo quando eu for tomar um banho. Assim como eu vou tomar conta do miúdo quando ele for tomar banho ou eu vou cozinhar enquanto ele lhe dá o biberon. Simples. Serei ingénua por pensar que isto é possível? Espero que não. Se algum dia tiver filhos, sei que vai ser difícil, sei que não vai ser um mar de rosas, sei que vou ter falta de sono, sei que vou ler menos, correr menos, ter menos tempo para mim. Mas quero acreditar que o pai que eu escolher para eles vai contribuir para o desenvolvimento dos meus filhos. E não me vai deixar anular completamente.

Outra coisa em que eu não consigo deixar de pensar é na razão que leva as pessoas a partilharem estas ideias. O objetivo poderá ser, simplesmente, dar uma visão "real" da maternidade, em detrimento da ideia idílica que muitas pessoas mostram. Mas para além disso, parece-me que existe uma necessidade geral de as pessoas dizerem ao mundo que são espetaculares porque passam por tudo isto. São super-mulheres, super-mães, super tudo. Reparem, não é que eu não ache que não sejam - claro que são. Eu suponho que seja muito difícil e por isso mesmo é que não sei se quererei ser mãe alguma vez. Sou demasiado egoísta e individualista. Gosto demasiado de ter o meu tempo e o meu espaço sem ter um ser completamente dependente. Mas porquê escrever estes textos? Acho que também entra aqui um processo de racionalização. Do género "não, isto é fixe, eu gosto disto, isto é difícil, mas eu sou a super-mulher, super-mãe, super tudo".

Finalmente, o mais fixe deste tipo de coisas é mesmo a irmandade de mães. A sério, é mesmo giro ver pessoas que nunca se deram (e, na verdade, nunca se suportaram) comentarem como se fossem BFFs.





domingo, 22 de janeiro de 2017

Tumbas

Não choveu e não estava demasiado frio.

15km corridos. Yeah!

Claro  que me puseram a pensar "porque raio é que te inscreveste na Meia-Maratona de Cascais?". Mas pronto, corri os 15km a que me tinha proposto.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Sim, sou paradoxal

Ontem à hora de almoço fui ao Continente e comprei um chocolate e um pacote de Kinder Choco-Bons para ter aqui no trabalho. 

À noite, quando saí do trabalho, fui ao ginásio. Em vez dos 15 minutos habituais, corri 20, tendo chegado a uma inclinação de 7% (preparação para a Meia-Maratona de Cascais) e em todos os exercícios que envolviam pesos, aumentei a carga. 

Os chocolates não me permitem emagrecer, mas o exercício não me deixa engordar. Nem tudo está perdido. 

Desejo para o fim-de-semana: as temperaturas aumentarem um bocadinho para eu conseguir ir correr - sendo que gostava de correr uns 15km no Domingo. 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Por falar em desporto

Inscrevi-me na Meia Maratona de Cascais. 

Se depois de 26 de Fevereiro não disser nada, é porque morri. 

Eu



Embora eu reconheça que até tenho sorte em ter trabalho e essas coisas todas, a verdade é que ele me deixa, como toda a gente sabe, maluca. E não consigo sair daqui. Isto é tipo ciclo vicioso: aqui não consigo fazer muita coisa, por várias razões, logo, ninguém me contrata para fazer nada porque aqui não faço muita coisa. E é assim, um ciclo triste. Depois vou a entrevistas nervosa, ansiosa e a perguntar-me porque é que raio alguém me há-de contratar - receita para o insucesso, portanto. 

Tinha esperança que a Pós-Graduação me desse competências e conhecimentos que não consigo adquirir no meu trabalho mas a verdade é que também não tem correspondido muito a essa expectativa. Tudo muito teórico, vamos aprender autores, vamos aprender teoria, mas e a prática? Eu quero aprender a fazer, quero ter trabalhos de avaliação e não exame de debitar matéria. 

Posto isto, e antevendo um futuro muito pouco estimulante, estou de neura. Podia aproveitar, lá está, para estudar para a Pós-Graduação, mas estou de neura e fico sem vontade. E como acho estúpido fazer um exame disto, fico ainda com menos vontade. 

O que é que eu tenho vontade? De comer. Não sou esquisita: posso comer pizza, hamburgers (há mais de um ano que não vou ao McDonalds comer hamburgers), massas, cachorros do Frankies, gelados, chocolates (Kit Kat, Kinder, Milka, Cadbury ou Nestlé - não sou esquisita), gomas. 

Não é que eu tenha fome. Só quero usar a comida para compensar a minha frustração. 

Pior: o meu almoço vai ser peixe com legumes. Não me interpretem mal - eu adoro peixe com legumes. Mas apetece-me essa coisa maravilhosa de junk food. 

Mas a outra face da moeda é que quando estou assim também fico ainda com mais vontade de fazer desporto. Hoje à tarde, depois do trabalho, vou ao ginásio. 

Nem tudo é mau, portanto. Não vou comer toda aquela junk food (no máximo comeria um chocolate) mas vou ao ginásio mexer o rabo. Nem tudo é mau.  

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Eu e os "E se"

Antes de mais, um disclaimmer: desde pequena que tenho (tinha) uma espécie de sonho - Viver sozinha. Sim, enquanto crescia, nunca fui a menina "típica" que brincava às barbies, se mascarava de princesa e queria casar e ter filhos. Não. Enquanto crescia, brincava com carrinhos, mascarava-me de Gato das Botas ou Cowboy e queria viver sozinha.

À medida que fui crescendo, o desejo de viver sozinha foi-se mantendo. No início da idade adulta, em que me tornava a "solteira crónica", sem grande sorte / oportunidade / vontade de encontrar alguém, esse desejo foi-se mantendo. Aliás, a dada altura, pensava que mais do que um desejo, um sonho, seria, de facto, o que me esperava - viver sozinha. E essa era uma ideia que não me assustava, de todo.

Adorava (e adoro) a ideia de não ter que dar quaisquer satisfações da minha vida. De poder adormecer no sofá ou na cama ou onde quiser. De comer cereais no sofá ao jantar sem me importar com mais nada. De depender só de mim. Muito honestamente, gosto de ficar sozinha em casa quando os meus pais e a minha irmã vão de férias. Tenho toda a casa só para mim. Posso andar de roupa interior pela casa ou até despida. Posso cantar e dançar alto. Sim, sou uma solitária, não há nada a fazer.

A minha mãe diz-me que não, que eu não devia ir viver sozinha. Porque, lá está, sou solitária e habituar-me-ia muito facilmente a essa solidão. E depois, se um dia quisesse deixar de viver sozinha, poderia ser muito complicado. E tem uma certa razão, a senhora minha mãe.

Por outro lado, a par desta liberdade (e solidão), sempre me atraiu a ideia de ser independente. Via (vejo) o viver sozinha como o atingir o grande estado de independência financeira e de auto-suficiência. E bem, é só por isso - porque ainda não atigi esse estado (e por o custo das rendas ser inversamente proporcional ao valor dos ordenados em Portugal - ou pelo menos o meu ordenado) - que ainda não estou a viver sozinha. Porque ainda não atingi o grande estado de independência financeira e de auto-suficiência.

Acontece que desde há 1 ano e meio que sou menos sozinha. Há 1 ano e meio comecei a namorar com o A. E passado 1 ano e meio começo a pensar que se há pessoa com quem um dia, eventualmente, gostaria de partilhar a minha vida, seria com ele.

Não, nunca falámos sobre esse assunto. Mas, sinceramente, não sei se teria coragem de falar com ele sobre esse assunto - pelo menos para já.Porque apesar de achar que "se há pessoa com quem um dia, eventualmente, gostaria de partilhar a minha vida, seria com ele", não sei se o conseguiria fazer.

Gosto dele, gosto mesmo muito dele. Mas isso também é parte do problema. Gosto mesmo dele e não quero que ele deixe de fazer parte da minha vida. Mas e se deixar? E se ao vivermos juntos, as coisas começarem a correr mal? As coisas correm bem agora, cada um no seu sítio. E se eu não conseguir partilhar a minha vida com outra pessoa? Eu sou solitária. Eu estou habituada a viver com algumas pessoas, é verdade (pai, mãe, irmã e até há meia dúzia de anos, irmão), mas uma coisa é viver com a família "original", outra coisa é viver com o namorado.

Eu não estou habituada a que as relações corram bem - porque é que esta haveria de ser diferente? 

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Se a Vida te dá Limões... Faz Limonada

Eu sei, é um cliché tremendo. Mas a verdade é mesmo esta. Tenho um trabalho parvo, sim. Mas pelo menos aqui consigo, e tenho tempo, para ler artigos e estudar para um exame estúpido da Pós-Graduação. 

Entretanto, tive 18 neste trabalho da Pós-Graduação. Agora vou pensar se vou falar ou não com o Professor para aferir a verdadeira possibilidade de tornar isto em algo mais que um trabalho. 

domingo, 15 de janeiro de 2017

...*

Perguntaste-me o que é que tinhas de diferente. O que é que aconteceu para que eu, assumida bicho do mato, tenha tomado a iniciativa. Te tenha adicionado no Facebook, tenha falado contigo, tenha continuado a falar contigo e te tenha convidado para irmos ao cinema ver o Inside Out. Respondi-te que não sei. Adicionei-te porque achei piada ter-me lembrado que fazias anos naquele dia tantos anos depois de nos termos conhecido e perdido o contacto e falei contigo porque aos 15 anos gostava de falar contigo. Porque é que me deixei levar? Porque sim. Porque contigo fazia sentido. Porque é que achei que fazia sentido? Não sei.

Talvez porque há muito tempo que não conhecia ninguém tão interessantemente novo. Porque é que te convidei? Porque não tinha nada a perder. Não te convidei com segundas intenções - convidei apenas porque queria transportar as nossas conversas para o real. Mas depois desenvolveu. E foi rápido. E atirei-me de cabeça. Como nunca me tinha atirado.

Pus-me no bloco de partida mas não tive tempo de me concentrar. Ouvi o apito e apenas impulsionei as pernas e estiquei os braços ao longo da cabeça. Saltei. Primeiro entraram as mãos, depois a cabeça, depois o corpo. E comecei a nadar. E foi - e é - a melhor prova da minha vida. Nem sempre é fácil, às vezes existem medos, inseguranças, dúvidas. Até já me desiludi e magoei contigo. Mas ultrapassei. Fiz a viragem, bati com os pés na parede e segui em frente. As braçadas fluem naturalmente.  

Gosto de ti e contigo, tudo me parece bom, natural. Gosto de ti, A.

* Alerta Post lamechas

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Nas últimas 24 horas

Mood mudou.

Sou boa naquilo que faço - mesmo sozinha, mesmo lidando com pessoas malucas e por vezes incompetentes, giro diferentes situações e necessidades. Resolvo situações, apresento alternativas e torno processos mais eficientes. Talvez esteja sub-aproveitada, mas o dia há-de chegar. 

Parece que eu e o A. continuamos bem.

Vamos lá que é sexta!

Respira, B. L.

Tranquiliza-te, a sério. Está tudo bem, vai correr tudo bem.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Crescer em direcções opostas

Já aqui escrevi algumas vezes sobre isto. Sobre alguns dos meus amigos (amigas), sobre o facto de termos crescido (envelhecido) em diferentes sentidos. De já não me identificar assim tanto com eles (elas). De já não termos assim tanto em comum. De termos, agora, mais diferenças do que semelhanças. 

E isso é uma treta. 

Do grupo da Faculdade, tenho duas amigas que já são mães. É espectacular, porque era aquilo que elas queriam, e eu fiquei mesmo feliz por elas. No entanto, desde que elas se tornaram mães, 90% das conversas andam à volta da maternidade. E eu sou a pessoa horrível para quem isso não é um tema assim tão interessante. Mas eu até lidaria bem com conversas sobre camas e grades de camas e comidas e dentes e choros e cenas se houvesse espaço para outras conversas. Mas não há.

E claro, as pessoas começam a afastar-se. Mas depois a culpa é sempre de quem não tem filhos porque quem tem filhos é que é o super-herói e quem não tem filhos não sabe o que é ter verdadeiras responsabilidades.

E isto é uma merda. 

Bem, há muitas coisas que são uma merda. 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Ok

Não me querendo armar em psicóloga, mas já armando, talvez a neura seja pelo facto de hoje ter feito 1 ano que comecei naquela que foi a minha pior experiência profissional até agora e que durou apenas 1 mês.

Vamos esperar que seja realmente só isso. E TPM.

O problema

É que eu (ainda) não estou habituada a isto. A ter alguém e a ser feliz por isso. A partilhar-me com outra pessoa. A mostrar-me a outra pessoa. 
Sempre fui o tal bicho do mato que nem os meus amigos conheciam realmente. A quem nem aos meus amigos me dava a conhecer realmente. Nem a eles eu realmente assumia estas minhas inseguranças. 

Não estou habituada a isto. A dar-me a conhecer. E agora que o fiz, fiquei de neura. Acho que vai dar chatices. Coloquei esta carapaça, este escudo. Espero o pior. Porque esperar o pior faz com que que se o pior chegar, eu já esteja preparada e já não sofra tanto. Pessimismo defensivo.

Preciso do próximo fim-de-semana. Não deste já, mas do próximo. 

Eu tenho vários problemas

E um deles é que quando ponho um macaquinho na cabeça, é difícil ele sair. 

E outro é achar que por mostrar e assumir verdadeiramente um lado menos bonito de mim, as outras pessoas vão gostar menos de mim, se vão fartar de mim. 

E daí a neura. Porque me assumi, a determinado momento, como insegura em relação a determinada coisa ao A. e por isso acho que ele me pode achar menos interessante. Porque afinal não sou a miúda forte e segura de si. E meti este macaquinho e agora... Agora ele não sai. Eu pergunto-lhe se está tudo bem e ele diz que sim e eu tenho que acreditar, mas o macaquinho não sai. 

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Ontem, a imaginar uma conversa que poderia ter, comecei a chorar.
Se calhar, sou maníaco-depressiva ou borderline ou bipolar. Se calhar tenho mesmo a cabeça estragada e sou incapaz de ser feliz. Incapaz de aceitar as coisas boas que tenho, que a vida me dá. 

Estou sempre à espera que as coisas corram mal. Sou incapaz de aceitar as minhas qualidades. Vesti esta capa de "sou estranha" e não me vejo de outra forma. Sinto que não pertenço a lado nenhum. Sinto que estou a deixar a vida passar sem fazer nada de jeito. Sinto que vou falhar em tudo na minha vida. Sinto que se eu não me fartar das pessoas, as pessoas vão fartar-se de mim. 

Bela forma de começar o ano, hein? 


segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Ser B. L.

Ser B. L. é sentir-se, sem grandes razões, uma pessoa estranha e deslocada.
Ser B. L. é estar de neura, com vontade de chorar, sem perceber muito bem porquê.
Ser B. L. é ficar estranha e por isso achar que as outras pessoas estão estranhas em relação a ela.
Ser B. L. às vezes é uma treta.

Mas também pode ser só TPM.
Esperemos que seja só TPM.