Embora eu reconheça que até tenho sorte em ter trabalho e essas coisas todas, a verdade é que ele me deixa, como toda a gente sabe, maluca. E não consigo sair daqui. Isto é tipo ciclo vicioso: aqui não consigo fazer muita coisa, por várias razões, logo, ninguém me contrata para fazer nada porque aqui não faço muita coisa. E é assim, um ciclo triste. Depois vou a entrevistas nervosa, ansiosa e a perguntar-me porque é que raio alguém me há-de contratar - receita para o insucesso, portanto.
Tinha esperança que a Pós-Graduação me desse competências e conhecimentos que não consigo adquirir no meu trabalho mas a verdade é que também não tem correspondido muito a essa expectativa. Tudo muito teórico, vamos aprender autores, vamos aprender teoria, mas e a prática? Eu quero aprender a fazer, quero ter trabalhos de avaliação e não exame de debitar matéria.
Posto isto, e antevendo um futuro muito pouco estimulante, estou de neura. Podia aproveitar, lá está, para estudar para a Pós-Graduação, mas estou de neura e fico sem vontade. E como acho estúpido fazer um exame disto, fico ainda com menos vontade.
O que é que eu tenho vontade? De comer. Não sou esquisita: posso comer pizza, hamburgers (há mais de um ano que não vou ao McDonalds comer hamburgers), massas, cachorros do Frankies, gelados, chocolates (Kit Kat, Kinder, Milka, Cadbury ou Nestlé - não sou esquisita), gomas.
Não é que eu tenha fome. Só quero usar a comida para compensar a minha frustração.
Pior: o meu almoço vai ser peixe com legumes. Não me interpretem mal - eu adoro peixe com legumes. Mas apetece-me essa coisa maravilhosa de junk food.
Mas a outra face da moeda é que quando estou assim também fico ainda com mais vontade de fazer desporto. Hoje à tarde, depois do trabalho, vou ao ginásio.
Nem tudo é mau, portanto. Não vou comer toda aquela junk food (no máximo comeria um chocolate) mas vou ao ginásio mexer o rabo. Nem tudo é mau.
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