quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Últimas - versão boa

Gosto do A. Gosto tanto do A.
Confio no A. Estou feliz com ele.

Se tenho medo disto? Claro que sim. Se tenho medo de estar demasiado habituada a estar sozinha e não saber estar numa relação? Óbvio. 

Mas não quero saber disso. Só quero saber de uma coisa: acordar ao lado dele, mesmo depois de uma noite mal dormida (estou habituada a dormir sozinha...), foi, provavelmente, das melhores coisas que aconteceu nas últimas semanas. 

Últimas - versão má

- Estágio bom foi-se embora. Para o substituir, calhou-me na rifa um longe para caraças que me vai obrigar a apanhar comboio, metro e autocarro. A história da minha vida, portanto: ter um local que é exactamente aquilo que eu quero e por motivos que me são completamente alheios, ficar sem ele. E ainda me perguntam porque sou pessimista.

- Depois de ainda ter perdido alguns dias das minhas férias a pesquisar e ler sobre os temas para a tese sugeridos pela minha orientadora, ela agora chegou à conclusão que não, afinal não são temas interessantes. Ok. 

- Não sei porquê, mas não consigo entrar no blogger com esta conta no computador. Fixe. 

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Amizades

A minha amizade mais antiga está a desaparecer. 
Talvez esteja a ser pessimista e fatalista, mas sinto mesmo isso - que a minha amizade mais antiga e mais consistente ao longo de 22 anos (!!) está a desaparecer.

Não vou dizer que ao longo destes 22 anos não tivemos momentos de estarmos chateadas ou, por circunstâncias e adaptação a novos contextos e a novas pessoas, não tenhamos estado afastadas (primeiros anos de Faculdade e espacialmente separadas). 

Mas nunca senti isto. Não só um afastamento físico como, talvez, um certo desinteresse que se iniciou na outra parte e que agora talvez tenha passado para mim.

Não sei. O que sei é que estes últimos meses, em que ela se começou a afastar e eu comecei a habituar-me ao afastamento dela, fizeram com que nos desabituássemos. Ou, pelo menos, como que me desabituasse. Nunca fui daquelas pessoas que precisa de estar constantemente com outras para sentir à-vontade com elas; no entanto, penso que neste caso a diferença reside na forma como esse afastamento se processou. 

Acontece que sim, que talvez me tenha desabituado e esteja, até, zangada com ela, mas a verdade... É que sinto falta. Sinto falta do nosso à-vontade. Sinto falta da forma como nós falávamos praticamente sobre tudo. Queria contar-lhe mais sobre a minha relação com o A., queria dramatizar com ela a história do Estágio, queria... Mas como?

Custa. Custa ver uma amizade de 22 anos desvanecer-se - porque é isso que está a acontecer. O que me leva a considerar "será que uma amizade de 22 anos não merecia mais esforço para ser mantida?". Mas... Mais esforço? Quanto esforço? Quanto esforço deveria ser necessário para manter essa amizade? E não deveriam ser as duas partes a esforçarem-se? Se todos temos que saber reconhecer o fim - seja do que for -, não deveríamos saber reconhecer, também, quando já não vale a pena esforçar-mo-nos mais em prol de uma amizade pela qual, possivelmente, só uma das partes estaria interessada em lutar?

Se há coisa mais complicada que as relações amorosas, são as relações de amizade. Falava há uns dias com uma amiga minha sobre isto... Enquanto as relações amorosas, quando terminam, o seu final está claramente definido ("Acabou. Não nos vamos mais ver"), as relações de amizade não funcionam da mesma forma. As pessoas vão-se afastando... Mas e depois? Como sabemos que é altura de parar de tentar se não houve definição formal de final?

sábado, 19 de setembro de 2015

Ainda sobre o Medo da Felicidade

Esquece lá o medo, B. L. 
Ok, percalços acontecem e agora não sabes como vai ser a tua vida no próximo ano. Mas ninguém sabe. 

E o dia de ontem começou mal, é certo, mas acabou tão bem... Ser feliz assim, sem medo, vale a pena.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

E começa...

Escrevi aqui sobre o Medo da Felicidade. Sobre o medo que tenho em admitir que estou feliz, em esperar que as coisas corram bem. Porque, tratando-se de mim, as coisas têm tendência a não correr bem. Não por culpa minha - pelo menos algumas -, e é isso que me lixa. Porque por mais que eu queira controlar tudo, há sempre coisas que me escapam e, normalmente, são essas que me lixam. 

Como as colocações dos Psicólogos nas Escolas. Não tenho nada a ver com o assunto, não posso controlar os psicólogos que são ou não colocados, e foi isso que me lixou a manhã. Hoje tinha uma reunião na Escola para onde vou (será que vou?) fazer o Estágio Curricular mas recebi, entretanto, um e-mail da minha professora a dizer que a Psicóloga da Escola, que ia orientar o Estágio, afinal não foi colocada. Foda-se, o quê?

Como é que nesta altura ainda estão a ver quem é e quem não é colocado? 
Como é que a Psicóloga que está naquela escola há anos não é efectiva? 

Porque é que comigo, quando as coisas parecem certas, descarrilam? Há 4 anos que estas merdas me acontecem. Eu sei que há mais males no mundo e que a Psicóloga está numa situação pior que a minha - afinal, descobriu hoje que terá ficado sem emprego. Mas porra, pá, quando é que estas coisas me começam a correr bem? Quando?

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Sou como uma criança selvagem

Estou pela primeira vez, em algum tempo, numa relação em que foi estabelecida a "exclusividade". Em que "eu estou contigo. Eu gosto de ti. Não te quero partilhar." E está a ser óptimo. A sério que está. Eu gosto dele... Cada vez mais. 

O problema é só um e disse-o na primeira linha deste texto: "Estou pela primeira vez, em algum tempo, numa relação em que foi estabelecida a 'exclusividade'."

Não estou habituada a um tipo de relação que, para além de criar expectativas, deverá assentar numa base de confiança. Ora, acontece que eu tenho sérios problemas de trust issues. Não se trata de não confiar no A., nada disso. Porque ele nunca me deu razões para não confiar nele; pelo contrário, trata-se de, simplesmente, ser desconfiada em relação ao mundo em geral e de ele agora fazer parte do meu mundo. Por isso, custa-me deixar para trás, não ouvir, todos os macaquinhos que habitam no meu cérebro. Custa-me dizer-lhes "não quero saber de vocês, não vos quero ouvir.". Custa-me fazê-los desaparecer - simplesmente porque não sei existir sem eles. 

No fundo, talvez seja como as crianças selvagens, aquelas crianças que, tal como Tarzan ou o Mogli, são criadas na selva (ou em condições não humanas) e que, quando colocadas na "civilização", não sabem conviver com outros seres humanos. 

Talvez eu esteja tão habituada a estar sozinha e/ou a ser desconfiada, que quando me vejo numa relação saudável, com algumas questões estabelecidas e sem razões para desconfianças, eu simplesmente não consigo largar as minhas desconfianças. 

À partida, diria que esta é uma forma pouco adaptativa de viver; contudo, os meus trust issues gerais fazem-me acreditar que, na verdade, esta é a forma mais adaptativa de viver. Porque caso as coisas corram mal, eu poderei dizer "já estava à espera" e talvez assim me magoe menos. 

No entanto... E porque eu gosto do A., porque ele tem sido mesmo um bom moço, que até já me apresentou a um dos melhores amigos (e amiga) e que tem tido gestos bem bem simpáticos e fofinhos, vou optar por não ouvir os macaquinhos. Eles que fiquem aqui e que gritem sem eu lhes pedir a sua opinião que eu vou, conscientemente, dizer "não vos quero ouvir". 

Se calhar era melhor que fosse ao contrário, que inconscientemente confiasse sem questões e que só desconfiasse quando achasse que realmente haveria razão para isso; no entanto, por agora, isto é o máximo que consigo fazer. 

E vou ser feliz.

Então mas...

Vejo isto e penso que apesar de ser uma pessoa horrível, não vejo uma sátira à morte da criança síria mas uma sátira à Europa, cheia de valores morais, mas que não está com grande vontade de ajudar.

Por favor, digam-me que não sou a única que vê isso. Ou será mesmo uma sátira à morte da criança (à morte de tantas pessoas) e eu, afinal, sou mesmo uma ingénua? Ok, independentemente de ser ou não ingénua, não me parece uma sátira à morte da criança... 

Estou cansada. Estou cansada da Internet. Estou cansada da desinformação, dos bitaites, dos políticos de bancada, dos salvadores do mundo, dos teoristas da conspiração, dos mais espertos. Dos que aproveitam as redes sociais seja para mostrarem o quão bons são, seja para destilarem toda a sua estupidez, mascarada de intelectualismo. 

Apetece-me desligar do Mundo.

E suponho que agora as pessoas vão dizer "ah pois, afinal o Gustavo Santos tinha razão". Pffff....


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Corrida do Tejo 2015

Bem... Consegui cumprir os objectivos a que me tinha proposto depois do episódio do joelho e depois de ter decidido ir, i.e., fazer em menos de uma hora e ir sempre a correr. 

Consegui esses; no entanto, não consegui cumprir os objectivos a que me tinha proposto quando me inscrevi, i.e., fazer melhor que no ano passado e, na loucura, fazer o meu melhor tempo. A dada altura, na corrida, ainda pensei que iria conseguir, pelo menos, fazer melhor que no ano passado. Mas forcei demasiado o joelho e "paguei" por isso depois. 

E acabei por ficar chateada por ter achado que conseguia e depois não ter conseguido.

Mas no final... No final tinha o A. à minha espera. Que conseguiu abraçar-me quando eu estava absolutamente nojenta. E que, com os seus beijinhos, me conseguiu devolver o bom-humor :)

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Vício

Eu sou, como a maioria das pessoas que me conhece sabe, uma viciada em desporto. Nunca fumei (nem cigarros nem outras coisas), bebo muito pouco e consigo-me controlar na comida e nas compras (bem, mais ou menos. Depende). No entanto... Sou viciada em desporto. Se passo duas semanas sem me mexer, começo a bater mal. Se estou chateada, é o desporto que me salva. Natação, ginásio e, há menos tempo, corrida. 

A natação foi o meu primeiro amor. E o primeiro amor... O primeiro amor nunca se esquece (e curiosamente, conheci o meu primeiro "amor" - e segundo, já agora -, na natação. Nunca o esqueci, é verdade, mas sobretudo porque é um grande amigo - e casado com uma grande amiga. O mundo dá voltas giras :) ). Quem nada frequentemente sabe o que é a maravilha que é mergulhar e sentir a água à nossa volta e a falta de gravidade. Quem nada conhece o prazer de, a cada braçada, sentir-se a cortar a água. E embora essa parte, hoje em dia, já não seja a principal, quem nada sabe o prazer que a superação traz. O prazer que é retirar 1 segundo ao nosso melhor tempo. O que é um segundo? Para quem faz desporto, mesmo que não compita - o que sempre foi o meu caso -, 1 segundo é tudo. Pode ser tudo: pode ser a superação como pode ser a desilusão. Mas fiquemo-nos pela superação. Um segundo pode ser o melhor que nos aconteceu naquele dia. A natação, para mim, estará sempre lá - posso não conseguir, devido ao joelho, dar uma boa pernada (logo eu, que sempre me safei com as pernadas), mas terei os braços que cortam a água - já disse que essa é uma sensação maravilhosa?

Depois veio o ginásio. O ginásio é o que faço com menos prazer - o que não significa, no entanto, que não o faça com prazer. O ginásio ajuda-me no joelho, a fortalecê-lo. Curiosamente, ou não, os últimos episódios de "porra, o joelho saiu-me do sítio!!" aconteceram depois do Verão, a altura em que dispenso o ginásio. Sim, o ginásio faz-me bem. Querem melhor argumento que esse? Mas o melhor? Ver-me, também, a melhorar. Ver-me a conseguir, de semana para semana, levantar mais peso, a sentir-me com mais força. É suar, ficar nojenta, mas, ainda assim, sentir-me satisfeita - obrigada endorfinas, dopaminas e companhia limitada. 

Finalmente... Temos a corrida. O amor mais recente mas o que, ultimamente, me tem dado muito prazer. É na corrida que me consigo desligar do mundo, é na corrida que sinto o maior desafio. É na corrida que a superação tem acontecido mais (bem... Nos últimos tempos nem tanto). É na corrida que estabeleço mais objectivos. Na corrida é simples: sou eu contra mim, contra a estrada. É seguir e ir, estabelecer os tais objectivos, querer melhorar, querer bater-me. Mas saber que não importa quais os objectivos (que são estabelecidos de acordo com os limites), no final, eu ganho sempre. Porque tive aquele momento (meia hora, uma hora, uma hora e meia) para mim, em que pensei "não aguento" mas "aguentei", em que me doía alguma coisa mas continuei. 

Desde o último episódio do joelho tenho andado em modo baby steps. Primeiro, natação - condicionada -, e depois, corrida. Primeiro 5km, depois 6 e hoje 8. Tenho a Corrida do Tejo no Domingo e quero ir - mesmo que não consiga cumprir o objectivo que estabeleci quando me inscrevi. Provavelmente não o vou conseguir cumprir; no entanto, já estabeleci outro que será, então, fazer a corrida e conseguir terminá-la sempre a correr. 

Correr é isto: mais do que uma moda, mais do que as roupas giras que andam por aí agora, correr é conseguir ultrapassar as nossas dificuldades e superarmo-nos. Podemos correr apenas 1km - mas é um começo e é melhor que 0.

Sim, sou viciada em desporto e fico maluca quando não o pratico. Mas há vícios piores, não há?

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Ter medo da Felicidade... Porquê?

O Medo acontece porque se tem alguma coisa a perder. E ter alguma coisa a perder é bom, porque nos dá razões pelas quais sorrir no presente. Claro que sim, que é isso que dá origem ao Medo da Felicidade. Mas não conseguiremos ser, simplesmente, Felizes e aproveitar o que essa felicidade nos dá? 

Acho que às vezes - muitas vezes - esqueço-me disso. A minha história assim me tornou: desconfiada. Mas também sei que, dentro de mim, existem outros traços de personalidade que gostam da Felicidade e que a querem aproveitar. Então, sabendo disso, porque não deixo que esses traços de personalidade sejam mais evidentes? Talvez o ser desconfiada tenha uma maior relevância na minha personalidade que os outros; no entanto, os outros todos têm que ter alguma coisa a dizer. 

E os outros todos... Os outros todos querem aproveitar a felicidade e o entusiasmo.


terça-feira, 1 de setembro de 2015

O Medo da Felicidade

Estou feliz. Mas... tenho medo de estar feliz. Tenho medo de admitir que estou feliz. Porque depois... O que acontece quando - ou se - deixar de estar feliz?   

O problema de estarmos felizes, de estarmos bem, é que criamos expectativas sobre nós próprios e sobre as outras pessoas. E o que acontece se, depois de criadas as expectativas, nós nos desiludirmos? Se as outras pessoas nos desiludirem? O que acontece se, ao contrário do que espero, o Estágio Curricular que vou iniciar algures nas próximas semanas - e que, apesar de ainda não ter começado, me está a entusiasmar como há muito não me entusiasmava com um "desafio profissional" -  não correr como eu espero que vá correr? E se eu, afinal, não gostar NADA de trabalhar com crianças / jovens? E se eu não conseguir? O que acontece se a Tese, cujo tema será mais ou menos escolhido por mim, se revelar a maior seca e o maior estafermo da minha vida? O que acontece se o rapaz de quem estou a começar a gostar a sério (estou a começar a gostar... se é que já não gosto!) se revelar, afinal, um otário? Ou simplesmente deixe de gostar de mim porque eu, afinal, posso ser uma miúda desinteressante, insegura e cheia de macaquinhos para os quais não há paciência? 

Sim. Eu tenho problemas de confiança nos outros e algumas (muitas...) inseguranças. Sim. Estou sempre à espera do senão do rapaz, do estágio, da tese. Estou sempre à espera que alguma coisa corra mal - porque parece que, comigo, as coisas acabam sempre por não correr bem. 

Claro que o rapaz tem senãos, claro que o estágio e a tese também os vão ter. Mas estou sempre à espera que algo de mais grave aconteça. 

E por isso... Por isso tenho medo de ser feliz, de admitir que estou feliz (seja para mim ou para os outros). Porque se não o admitir, então, quando (se) as coisas correrem mal, eu já vou estar preparada e a "queda" vai ser menor. 

Mas porquê? Se eu estou feliz, porque não aproveitar a felicidade? Sabendo à partida que as coisas podem correr mal, não posso simplesmente guardar esse conhecimento e aproveitar a felicidade e as suas coisas boas? 

Eu estou a aproveitar a felicidade. Mas este medo do que poderá acontecer se as coisas correrem mal - e a quase certeza de que as coisas (todas) vão correr mal - não me larga. E por isso... Por isso tenho medo de ser feliz.