domingo, 15 de janeiro de 2017

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Perguntaste-me o que é que tinhas de diferente. O que é que aconteceu para que eu, assumida bicho do mato, tenha tomado a iniciativa. Te tenha adicionado no Facebook, tenha falado contigo, tenha continuado a falar contigo e te tenha convidado para irmos ao cinema ver o Inside Out. Respondi-te que não sei. Adicionei-te porque achei piada ter-me lembrado que fazias anos naquele dia tantos anos depois de nos termos conhecido e perdido o contacto e falei contigo porque aos 15 anos gostava de falar contigo. Porque é que me deixei levar? Porque sim. Porque contigo fazia sentido. Porque é que achei que fazia sentido? Não sei.

Talvez porque há muito tempo que não conhecia ninguém tão interessantemente novo. Porque é que te convidei? Porque não tinha nada a perder. Não te convidei com segundas intenções - convidei apenas porque queria transportar as nossas conversas para o real. Mas depois desenvolveu. E foi rápido. E atirei-me de cabeça. Como nunca me tinha atirado.

Pus-me no bloco de partida mas não tive tempo de me concentrar. Ouvi o apito e apenas impulsionei as pernas e estiquei os braços ao longo da cabeça. Saltei. Primeiro entraram as mãos, depois a cabeça, depois o corpo. E comecei a nadar. E foi - e é - a melhor prova da minha vida. Nem sempre é fácil, às vezes existem medos, inseguranças, dúvidas. Até já me desiludi e magoei contigo. Mas ultrapassei. Fiz a viragem, bati com os pés na parede e segui em frente. As braçadas fluem naturalmente.  

Gosto de ti e contigo, tudo me parece bom, natural. Gosto de ti, A.

* Alerta Post lamechas

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