E pronto

O e-mail chegou.

Trouxe a resposta que eu achava que ia receber e não a resposta que eu queria, que eu precisava, de receber. É uma merda, mas é a realidade. E agora é preciso é aguentar a realidade. Pode ser que traga coisas boas (a sério, onde é que eu vou buscar estas tretas optimistas?), mas, por agora, estou assim. 

 

Dos "Descendentes" - livro acabado de ler, entre um dia de tentativas de entrevistas, uma manhã num centro de emprego, e uma tarde de mais tentativas de entrevistas. Fora, claro, as horas de transportes públicos. 

Wait, wait, wait...

E-mail enviado há 24 horas. E ainda não tive nenhuma resposta. 

Não gosto mesmo nada desta espera. A minha imaginação voa, para não variar, e não consigo deixar de pensar nos diferentes cenários. 

E o pior? 

Apesar de não estar à espera de uma resposta positiva, esses cenários são sempre os melhores. 

Argh. 

Wow!

MEDO!

E borboletas no estômago. Não dessas. Das outras. 

Acabei de enviar um e-mail que pode mudar, em muito, a minha vidinha. Apesar de não estar à espera de uma resposta positiva (ou que eu ache que seja positiva), ainda tenho uma réstia de esperança que ela venha. 

Agora é esperar... 

Detesto esperar. 

Pára. Pára. Pára.

Não posso parar.

Porquê?

Porque quando paro, começo.

Começas o quê?

A pensar.

Esse é o teu problema - disse a amiga - Pensas demais. 

Eu sei. Mas não consigo parar. Não consigo desligar. Não consigo. Não consigo deixar de pensar naquilo que me faz mal. Sou masoquista?

Provavelmente. Não. Só que pensas demasiado. 

Eu quero deixar de ser assim. Quero conseguir ultrapassar as coisas. Quero conseguir avançar realmente, e não apenas fingir. Mas, para o fazer, tenho que conseguir deixar de pensar.

Se não consegues deixar de pensar, se calhar é porque não é para avançares. 

Queres dizer o quê?

Que não desistas.

Como? É demasiado tarde para lutar. 

À medida que vou "envelhecendo"

Mais vou percebendo, ou tendo a certeza absoluta, de que, de facto, sou "ligeiramente" apanhada da cabeça - ou, como se diz em inglês, messed up (ou, ainda, se optarmos pelo "calão forte", fucked up).

E, mais, sou a antítese dos animais sociais - sou uma espécie de bixo do mato, que parece que só tem contacto humano esporadicamente. And, well, sometimes that sucks. That really sucks.

E o pior? O título do blog parece fazer cada vez mais sentido. O que é pior ainda. 

Mas amanhã é segunda feira. Ora bem, apesar de as próximas semanas serem de muito trabalho, vou tentar fazer uma espécie de resolução: chega disto. Vou tentar voltar a ser o que era. 

Vamos ver como corre. 

Shake it out! 

A felicidade tem um nome (ou segundo nome)

E, nesta semana, chama-se Feriado.

Como eu estou feliz, verdadeiramente feliz, por amanhã ser feriado!

Não poderia deixar de o dizer

E assim, graças às Spice, volto, ainda que por uns minutos, a gostar de já ter 23 anos. Porque se fosse mais nova, como gostaria, na maior parte das vezes, de ser, não teria passado a infância a ouvir e a "dançar" com isto. 

Oh, tempos bons, em que alguém levava o seu leitor de CDs, nos intervalos o ligávamos e dançávamos  "Wanna be" sem sabermos muito bem o que elas diziam. 

E os planos foram cumpridos

Não fui para o Algarve, mas na Linha também se esteve muito bem. 

Corri de manhã, fui para a praia a seguir, acabei o meu livro - recomendo! - e fui para outra praia. Amanhã? Segue-se o mesmo programa. E assim descubro as maravilhas dos fins de semana. 

Planos

Normalmente, não gosto de fazer planos - a curto ou a longo prazo. Por exemplo, tinha pensado em ir até ao Algarve este fim de semana, mas o meu irmão cortou-se e eu não tive coragem de me meter a caminho - não é que não goste de conduzir sozinha à noite, mas tendo em conta que, invariavelmente, tenho adormecido no sofá a ver televisão por volta das 23h00, achei que era melhor não arriscar ir e adormecer ao volante. Ou seja, se já tinha alguma espécie de planos... Foram ao ar. 

Mas, e apesar de não gostar de fazer planos, começo a pensar em alternativas para passar o fim de semana por aqui. 

Preciso de descansar?! Preciso, sem dúvida. Mas preciso mais ainda de me mexer para não pensar tanto nos meus pequenos dramas. 

Então o giro era conseguir acordar cedo, ir correr um bocadinho, ir para uma praia sozinha com o meu livro - a ver se o consigo acabar este fim de semana - e, à tarde, ir para outra praia com uma amiga minha. 

Parece-me possível! 

Como não poderia deixar de ser, nem caiu ao mar nem se perdeu. Apenas se esqueceu de me avisar que já não era preciso eu ficar especada à frente do computador à espera que me ligasse para lhe dar as indicações que ela devia ter levado. 

E deve ser por merdas destas que, pelos vistos, eu sou a estagiária daquela empresa que resiste mais tempo. Acabo de receber uma mensagem da minha colega, também estagiária, que se vai embora no final do mês, a dizer o seguinte: "Curiosidade de fim de dia: sabias que os estagiários da X por norma não duram muito mais que uma semana e pouco? E que nós somos as que nos estamos a aguentar mais? (...) E tu, minha QUERIDA, ahahah [private joke], vais para o guiness da empresa". 

Pois é, a "parva" da minha colega estagiária, que entrou ao mesmo tempo que eu, vai-se embora para cumprir o seu sonho e vai-me "abandonar" no meio daquela gente, vá, intragável (ok, confesso que nem todas o são, mas quase). 

Pfff... Eu sei que tenho muita sorte, que não está fácil, que há crise e troika e assim. Mas não está fácil e juro  que se me aparecesse que oportunidade que parecesse minimamente mais vantajosa, eu largava aquilo tudo sem o mínimo problema de consciência. Porque acredito na reciprocidade - e se não têm consciência para comigo, eu também não tenho consciência para com eles. 

Na próxima vez que actualizar o CV e chegar à parte em que descrevo as actuais funções desempenhadas, não me posso esquecer de pôr GPS. 

Pormenor: sou péssima a dar indicações.

Pormenor 2: estou à espera que a excelentíssima me ligue para eu lhe dar as indicações e, entretanto, morro de fome.

Pormenor 3: ela esqueceu-se do mapa - por isso eu que "pague" o esquecimento dela. 

Tendo em conta o sítio onde estava, para onde queria ir e o tempo que já não diz nada, só encontro três opções: ou ou caiu ao mar (era tão bom!), ou está completamente perdida (como?!?!), ou esqueceu-se de mim (o mais provável).

Estou farta desta gente toda, já tinha dito? 

Não, ainda não matei ninguém

Apenas desapareci um bocadinho da blogosfera. Pelo menos enquanto "blogger" - ou o que quer que eu seja. 

Não quer dizer que tenha parado de escrever. Mas tenho esta dificuldade de partilhar tudo o que seja pessoal - ainda que sob o anonimato que este blog me permite. E o "drama" é que isso me traz (e continua a trazer) alguns problemas.