Se eu me descrevesse com a maior sinceridade possível (e não com aquelas descrições que nos pedem em entrevistas de emprego), teria que dizer, numa palavra, confusa.
Confusa sobre mim.
Confusa sobre o que quero da vida.
Confusa sobre o que quero dos outros.
Confusa sobre o que quero dar aos outros.
Teria que dizer que penso demasiado.
Teria que dizer que, apesar de gostar da ideia de me atirar de cabeça para uma coisa qualquer, não o consigo fazer sem pensar demasiado.
Sem pensar nas razões pelas quais o quero fazer.
Sem pensar se o quero realmente fazer ou não.
Sem pensar nas consequências de o fazer.
Sem pensar se não existirá uma outra razão que, lá no fundo (ou não tão fundo assim), eu sei que pode estar a influenciar a minha suposta vontade de o fazer, mas que, se estiver, é simplesmente triste.
Sem pensar que, afinal, isto não seria aquilo que eu quereria para mim. Mas que, surpreendemente, agora não me parece completamente errado.
Se eu tivesse que me descrever, diria que sou completamente apanhada da cabeça. Porque, aparentemente, não consigo aproveitar o que aparece e, surprendentemente, até gosto, e ser feliz.
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