quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O meu problema

É que eu quero apaixonar-me pelas coisas.

Como aparte, mas que fará também parte do problema, noutra dimensão, eu quero ser apaixonada pelo que faço profissionalmente - e, talvez por isso, é que ainda não sei o que quero ser "quando for grande": porque ainda não encontrei aquilo que me faz realmente entusiasmar (ou encontrei e fui burra para não ter percebido que tinha encontrado e atirei completamente ao lado).

E não me quero envolver com alguém por quem eu não esteja apaixonada, por quem não sinta borboletas, por quem eu não espere ansiosamente que me diga alguma coisa. É que, para mim, se não for para ser a sério, acho sempre que não vale a pena. Assim, não me consigo envolver se não for para ser intensamente, se não for para dar tudo, para sentir tudo. Até posso achar graça, piada, gostar de conversar, sentir alguma afinidade; mas se não sinto como sendo intenso, não me consigo envolver.

Talvez eu veja as coisas ao contrário daquilo que elas são, ao contrário daquilo que elas realmente funcionam. Talvez o processo normal seja sentir-se alguma afinidade, simpatia e, daí, paixão e/ou amor.

Mas eu não sinto as coisas assim; para mim, uma relação só funcionará se, logo no início, a afinidade e a simpatia se aliarem imediatamente à paixão, ao desejo incontrolável de estar com aquela pessoa, de o sentir junto a mim, de o ter para mim.

No entanto, o problema, é que há muito tempo (demasiado tempo) que não sinto isso. Há muito tempo que o máximo que sinto por alguém são aquelas "crushes" que passam tão depressa como aparecem. Há muito tempo que não me apaixono verdadeiramente por alguém.

E isso é uma chatice, porque faz com que eu esteja há muito tempo sozinha. Tanto tempo que já não sei se conseguirei estar "acompanhada". 

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