Não viajo desde 2011, quando, em Março, fui a Praga com a minha mãe e irmã.
Eu sei que viajar não é propriamente um bem de primeira necessidade, mas sinto falta. Sinto falta de conhecer novos lugares e novas culturas. Durante este tempo, pensei muitas vezes em fazer alguma viagem. A ideia, visto que eu sou uma pessoa sozinha, era ir sozinha. Porque as minhas amigas mais próximas têm os respectivos e apesar de estarmos no século XXI, acho que ainda não ficam muito felizes de irem viajar sozinhas entre amigas não é muito bem aceite. Eu acho parvo, mas se calhar é por isso que eu sou sozinha. No entanto, no início deste ano, falei com uma amiga sobre a minha ideia de em Abril viajar. Idealmente teria sido em Março, quando fizesse anos, mas já que deixar de trabalhar em no final desse mês, adiava para Abril. E aí ela sugeriu "então porque não vamos as duas mais a X.?" Depois a X. sugeriu "então porque não vêm até cá [à Suíça, onde está emigrada]?" Boa ideia, assim não pagamos alojamento.
Pois, mas não. Porque era preciso coordenar a vida do namorado da minha amiga que está cá (porque, claro, ela não podia ir num fim-de-semana em que ele estivesse de folga), com a vida da colega de casa da minha amiga que está lá, e com a nossa vida cá.
E eu que tinha mesmo imensa vontade de ir a qualquer lado, fiquei cá.
Mas continuo com vontade. Tenho estado a ver no e-dreams e conjugando destinos disponíveis com o dinheiro que estou disposta a gastar, tenho duas opções: Barcelona e Amesterdão.
E estou mesmo com vontade de ir sozinha. No entanto, o mal de ter 25 anos e ainda ser dependente dos meus pais é que eles não aprovariam a ideia muito facilmente. E a verdade é que sim, é que se calhar eu preferia ir acompanhada. É triste estar sempre a tirar selfies, ah ah. Mas eu não tenho companhia. Essa é a triste verdade. Não tenho namorado e acho que essa vai ser a minha situação para sempre. As minhas amigas e amigos mais próximos têm alguém e não os vão deixar. E eu não quero ir no meio de um grupo de casais.
Por isso acho que vou mesmo optar por ir. E ir sozinha. Os meus pais têm que perceber que esta sou eu: tenho 25 anos e apesar de ainda estar dependente deles, sou adulta, capaz de fazer uma viagem sozinha.
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