sexta-feira, 29 de maio de 2015

Há alturas que deviam desaparecer

E nem sabes por onde começar. 

É a mãe de uma amiga tua que pede para se encontrar contigo porque está preocupada com o novo namorado da filha, com quem a filha foi morar. Tu achas ridículo o telefonema, mas também achas todo aquele relacionamento estranho. Não queres julgar, nem sequer conheces o rapaz pessoalmente, mas não vais à bola com ele por diversas razões. E a tua amiga  tem sido idiota desde o início - e isso inclui também ser meio parva contigo. Acabas por concordar em ir tomar café com a senhora, porque afinal a conheces há muito tempo, mas irritas-te com o sentimento de duplicidade, irritas-te com o facto de ires perder o teu tempo, que anda tão apertado, com uma merda destas. 

São trabalhos de grupo em que as outras pessoas parece que não querem saber e és tu que tens que ser a chata que tem que andar atrás. Não gostas de ser chata, mas tens que ser, se queres que as coisas fiquem feitas. Ficas com a sensação que as pessoas ficam chateadas com isso e não gostas, porque, caraças, se ninguém faz, alguém tem que ter o papel de chata. 

São professores que estão mais interessados nas relações de amizade, em detrimento dos interesses e das necessidades dos alunos.

São colegas, com quem não tens assim tanta confiança, que acham que têm o direito de te pedir trabalhos de grupo antigos para verem como é que fizeste, sem pensarem que isso é parvo. 

É teres imensos trabalhos para fazer / acabar e não saberes exactamente como os vais fazer.

És acordares 20 minutos antes do despertador tocar, voltares a adormecer e não o ouvires tocar.

É saíres já tarde da aula, vires a correr para casa porque tens que almoçar e ainda queres trabalhar antes de ires ter com a mãe da tua amiga. É apanhares trânsito porque aconteceu alguma coisa, mudares de caminho e acabares por te enganar.

É acabares por almoçar tarde e acabares por não conseguir fazer nada de jeito entre o almoço e o ires ter com a mãe da tua amiga. 

É perceberes a mãe da tua amiga - por mais parvo que continues a achar que ela tenha pedido para falar contigo. 

E, claro, é continuares irritada, zangada, triste, magoada, parva, com o facto de aquele idiota te ter "desamigado". É irritares-te por nem sequer conseguires perceber completamente porque ficaste zangada.  É teres, por seres naba, ligado-lhe sem querer pelo Whatsapp e apesar de teres desligado logo a chamada, se calhar ele tê-la recebido porque quando acordaste, mais tarde do que seria suposto, tinhas uma notificação do Whatsapp de chamada não atendida - dele. 

Se calhar, isoladamente, nada disto teria importância. Mas tudo junto... Foda-se para o mundo. 

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