Não me sinto muito inspirada para grandes dissertações. Mas acabei de ler isto e tenho que dizer qualquer coisa.
Muito se discute acerca dos padrões de beleza. Concordo. Em parte.
Por um lado, acho bem que se saia da "tirania" (apesar de não saber exatamente onde essa tirania está... Provavelmente, mais do que do mundo exterior, estará dentro de cada um(a) de nós, que se deixa influenciar por esse mundo exterior. Mas isso é outra questão) da magreza. Tod@s queremos ser magr@s e o magro é o bonito.
No entanto, não acho bonita aquela coisa que agora anda muito em voga do "mulheres reais têm curvas". Eu percebo o objectivo, claro que percebo, mas acho que é abusivo. Tal como seria abusivo dizer "mulheres reais são magras". As mulheres gordas iriam ficar chateadas, e teriam toda a razão. Mas as mulheres magras, que não têm, necessariamente, que ser mulheres obcecadas pela magreza (e mesmo que o fossem!), também têm o direito de ficar ofendidas com a frase "mulheres reais têm curvas".
É um bocado estúpido. Ai coitadinhas de nós, que vivemos numa ditadura da magreza, as mulheres magras são umas estúpidas e as gordas são umas coitadinhas que são gordas e toda a gente goza com elas e não se deve gozar com elas e quem goza com elas é um ovo podre. Então vamos gozar com as magras. Pode-se gozar com umas mas não se pode gozar com as outras. Pode-se dizer que umas são mais reais que as outras. Está certo. Para mim, que não percebo nada disto, magras, gordas, baixas, altas ou míopes, são reais. Respiram... são reais. Mas pronto.
No entanto, de forma a sair-se da tal "tirania", acho muito bem que os media "utilizem" (não estou aqui a dizer que as mulheres [ou os homens] são objectos que possam ser utilizados. Daí as aspas no utilizem. É só uma forma de expressão) mulheres comuns, i.e., não mulheres "reais", mas mulheres com celulite, com mais 5, 10 ou 20 quilos, mulheres com rugas, mulheres com vitiligo, etc. Acho muito bem. Assim como acho muito bem que a Giselle Bundchen continue a fazer campanhas fotográficas, que a mulher é gira que dói.
Mas uma coisa é essas mulheres fazerem campanhas, aparecerem nas novelas, nos filmes, etc. Outra coisa, completamente diferente, é uma modelo de 113kg com 1.65m aparecer e dizer que quer alterar mentalidades. Acho muito bem que se alterem mentalidades. Mas nem toda a alteração de mentalidades é boa. Passar-se de extrema magreza para obesidade extrema não é bom, é igualmente mau. Não estou a dizer que a menina devia ficar fechada em casa por ser gorda. Não é isso. Mas acho mau, indecente e quase criminoso vir dizer que quer alterar mentalidades. Ela até pode fazer exercício e béu béu béu. Mas promover a obesidade, dizer, quase, que é uma coisa boa, não.
Acho mal.
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