terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Divagações

As pessoas têm sempre um passado, uma história, uma bagagem. Que acaba sempre por interferir, com mais ou menos força, no presente. Apesar da minha curiosidade inata, eu prefiro, muitas vezes, não falar sobre o passado. Sobre o meu ou sobre o das outras pessoas. Porque apesar de acreditar que ele influencia, de facto, o presente, há coisas que se calhar não vale a pena estar a mexer.

As redes sociais, no entanto, vieram alterar um pouco a forma como vemos o passado dos outros. Todos nós (não mintam) temos um bocadinho de stalker e todos nós, com a ajuda do Facebook, Instagram e outros que tais, vamos descobrindo coisas sobre a vida das outras. Seja porque nos aparece no mural, seja porque não temos mais nada que fazer que ir até 2010 ver o que os outros andaram a fazer.  

Na mesma linha, as redes sociais vieram também permitir que se "conhecessem" pessoas sem realmente as conhecer. Pessoa x comenta perfil de pessoa y e nós, que nunca tínhamos ouvido falar ou visto a pessoa x, vamos ver quem é a dita. E às tantas já sabemos quem é, o que faz da vida, o que estudou, onde foi almoçar e o que comeu.

Com tudo isto em mente, e correndo o risco de parecer, lá está, uma stalker, eu sei quem é a ex-namorada do A. Não sabia muito sobre ela (apenas o nome, onde estudou, mais uma ou duas coisas e que, entretanto, cancelou a conta do Facebook) e não tinha nada (como não tenho) contra ela. É a ex-namorada, não sei qual é a história e, honestamente, não estou muito interessada em saber. Mas já me tinha questionado se ela, eventualmente, saberá  que eu existo e quem eu sou. E se, sabendo, terá alguma coisa contra mim. Porque a verdade é que, apesar de eu nunca ter feito nada para que uma eventual namorada passasse a ser ex-namorada, todos/as sabemos que as actuais, face às ex, são (quase) sempre umas porcas de umas badalhocas. E feias e gordas. Honestamente, acho que quando reencontrei o A. ela ainda era namorada; no entanto, depois do primeiro reencontro, estivemos um tempo sem falar e foi depois do segundo reencontro, passados uns meses, que as coisas se desenvolveram. E aí, penso, já não havia namorada.

Tudo isto para dizer que hoje de manhã tinha no LinkedIn uma notificação de visualização do meu perfil. Era a ex-namorada do A. Pode ter sido só coincidência (uma estranha coincidência, diga-se), mas pode não ter sido. E não tendo sido, resta-me a questão: como é que ela chegou até a mim? Ok, claro, através das redes sociais. Mas a verdade é que o A. e eu mantemos a nossa relação discreta nas redes sociais. Ele comentou-me uma foto, no Verão, e de resto é à base de "likes". Na verdade, somos os dois bastante discretos, não somos daquelas pessoas que gostam de escarrapachar toda a vida no Facebook ou no Instagram. E assim, pergunto-me: como é que ela chegou até mim? Percebeu, no Instagram, que havia uma miúda nova a fazer "like" no foto dele?

Ok, isto não me tira o sono. Mas acho curioso. E leva-me novamente a questionar: não querendo dar-me mais importância do que aquela que tenho, será que ela me "odeia"? E se me odeia, porquê? (Para além da resposta óbvia mas pouco racional de ser a actual do ex dela). Porque é que nós vemos quase sempre as actuais dos nossos ex, na melhor das hipóteses, como umas idiotas?




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