quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Se calhar o problema não era eu

Em Janeiro deste ano, como se sabe, comecei a trabalhar numa empresa. Estive lá cerca de 1 mês e a coisa correu muito mal. Em Fevereiro estive à procura de trabalho e em Março comecei um trabalho novo, aquele onde estou agora e que, muitas vezes, me leva ao desespero.

Porque é um trabalho muito pouco desafiante - estou lá desde Março e já faço tudo aquilo de olhos fechados. No entanto, tirando isso, pode-se dizer que a coisa correu bem. A minha manager teve a bebé e eu fiquei sozinha lá, o que me deu mais responsabilidade e valoriza, de certa forma, o meu CV (para compensar a má experiência).

No entanto, nos dias maus, penso que se calhar as pessoas da empresa de Janeiro teriam razão. Que se calhar eu sou mesmo limitada e talvez isto que eu estou a fazer, pouco desafiante, seja mesmo a única coisa que eu consigo fazer.

Entretanto, no edifício onde eu trabalho, no andar por cima do meu, há uma empresa de consultoria e um dos consultores trabalhou na empresa onde eu trabalhei em Janeiro (o LinkedIn é pior ainda que o Facebook). Ele não só trabalhou lá como trabalhou na mesma área que eu e, portanto, com a mesma Team Leader que eu. Admito que sempre tive alguma curiosidade de lhe perguntar, num qualquer momento que o encontrasse no elevador, como é que tinha sido a experiência dele, mas nunca tive coragem.

Hoje encontrámo-nos à porta do elevador e depois do "boa tarde", a conversa começou mais ou menos assim:

Ele - Olhe, eu peço desculpa... Mas trabalhou na empresa X, não foi?
Eu - Trabalhei.

[Entrámos no elevador]

Ele - Na área Y, não foi?
Eu - Sim.
Ele - Com a PQAP (não vou identificar a pessoa, mas pode ser Puta Que A Pariu).
Eu - Sim.
Ele - É duro.
Eu - É duro.

Sim, como disse a minha colega que estava comigo, falávamos a mesma língua.

Saímos no meu piso e ele contou-me a experiência dele. Não foi tão rápida como a minha (eu devo ter batido algum record), mas foi péssima. E a tipa era mesmo uma besta de pessoa - o problema não era só meu, nem dele, porque a verdade é que entre a entrada e saída dele e a minha entrada, passaram pelas mãos dela algumas pessoas que ela maltratou. E os managers da empresa não percebem. Têm a visão dela e só dela e os outros é que são incompetentes, inúteis, precisam de acompanhamento e não têm as competências necessárias.

Eu sei que sou competente e que sou capaz de muito mais do que aquilo que faço. Só preciso de uma oportunidade para o fazer.

Mas, enfim, isto pode ser uma connection importante. Quem sabe se um dia não vou para a consultora lá de cima? ;)





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