No final de 2015, no âmbito do último ano do Mestrado em Psicologia da Educação e da Orientação (aquele que seria o meu segundo mestrado), estava a fazer um Estágio Curricular numa Escola e a fazer uma Tese (ou a iniciar a Tese) relacionada com o Aconselhamento de Carreira em jovens adultos. Não estando a adorar o estágio, tendo a percepção de que a Educação em Portugal continua a ser sinónimo de desemprego e estando até a gostar da área do aconselhaemento de carreira fora do contexto escolar, resolvi começar a ver como estava o mercado de trabalho na área dos Recursos Humanos. Na altura, não tinha como objetivo desistir do Mestrado e começar a trabalhar; o meu objetivo era, antes, auscultar o mercado, ver que tipo de ofertas existiam, enviar algumas candidaturas para eventualmente ir a entrevistas para ir treinando esta parte.
Enviei 2/3 candidaturas e claro que não tendo o objetivo de começar logo a trabalhar, acabei por ser selecionada para uma Consultora de Recursos Humanos. Acabei por aceitar. O meu objetivo não era ser Consultora de RH, mas pensei que poderia ser um meio para atingir um fim, i.e., ir para um Departamento de RH de uma empresa, onde poderia trabalhar no desenvolvimento dos colaboradores, no desenvolvimento de programas de formação, etc., etc. Na altura, soube que uma rapariga, que havia feito a tese com a minha orientadora e também sobre aconselhamento de carreira, estava (e está) a trabalhar numa grande empresa a fazer um trabalho super interessante. E eu pensei "pronto, vou trabalhar uns tempos nesta consultora e depois passo para o cliente final. É um meio para atingir um fim".
Só que essa experiência na Consultora correu muito mal. Fiquei lá 1 mês. Não acabei o mestrado e fiquei lá 1 mês.
E depois, aproveitei a primeira oportunidade que me surgiu, o primeiro processo em que fui seleccionada, depois de ter ouvidos alguns não, sem saber muito bem no que me estava a meter.
E hoje, passado 1 ano, estou farta de aqui estar. Não estou a fazer nada de jeito. O meu trabalho não é minimamente interessante nem estimulante. Não estou a aprender nada e não estou a desenvolver nada.
Quero mudar e não consigo. Porque uma experiência profissional de 1 mês é péssima para o CV. E porque, lá está, aqui não estou a fazer nada de relevante e que possa dizer, em entrevistas, que é uma grande mais-valia e que pode ser aproveitado.
Estou frustrada. Sinto que nunca mais vou sair daqui. Sinto que vai ser cada vez mais difícil. Porque não tenho experiência, porque não posso fazer estágios, porque tenho quase 28 anos. Tenho quase 28 anos e estou completamente estagnada.
Enquanto isso, a tal rapariga continua na grande empresa a fazer aquilo que eu gostava de fazer. Ela acabou o mestrado e eu não.
Agora começo a arrepender-me. Se tivesse acabado o mestrado, talvez conseguisse estar a fazer alguma coisa em aconselhamento de carreira. Ou qualquer outra coisa. Qualquer outra coisa bem mais interessante do que aquilo que estou a fazer.
Apetece-me meter-me debaixo do cobertor e nunca mais sair.
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