terça-feira, 1 de maio de 2012

Não somos seres lá muito racionais...

A culpa não é só da crise.

Hoje passei por três Pingo Doce... No primeiro, o volume de carros que queria entrar no parque de estacionamento quase que provocava acidentes numa rotunda próxima; no segundo, as pessoas saíam com os sacos tão cheios que levavam tudo à frente - eu inclusive. Neste note-se que quando voltei a passar por lá, as portas estavam fechadas e já uma fila enorme se tinha formado. No terceiro, a fila de carros para entrar tão grande que prejudicava quem nem se lembra que ali agora é um Pingo Doce. 

No entanto, não acredito que a culpa seja só da crise. Ajuda, é verdade que ajuda. Sei que há muitas pessoas a quem faltando comida na mesa, uma promoção destas faz toda a diferença. Mas a culpa não é só da crise.  Se a culpa fosse da crise e não houvesse dinheiro para gastar, as pessoas não gastavam 500€ em compras (já com desconto) como já ouvi casos. 

O problema é que nós, seres, em teoria, racionais, não o somos realmente. E este tipo de consumismo é só mais uma prova disso. Estas campanhas levam as pessoas a comprarem o que não precisam, a desperdiçarem dinheiro em coisas que serão, provavelmente, muito desnecessárias. Posso até estar enganada, mas como é que se gasta perto de 1000€ em coisas realmente precisas? Para além disto, a minha faceta mais neurótica duvida que os preços de hoje sejam os preços praticados há uma semana - tenho cá para mim que os preços terão sofrido algum aumento. Mas isto sou eu, cujos níveis de neuroticismo já foram provados.


Existem estudos em Psicologia do Consumidor interessantíssimos (sem uma ponta de ironia) sobre a pouca racionalidade das pessoas no que toca ao consumismo. Há um a que eu acho especialmente piada, relacionado com o racionamento: se os consumidores passarem por uma prateleira de açúcar, por exemplo, e não disser nada do género "só se pode levar 4", as pessoas ou nem param ou, se quiserem levar açúcar, é raro levarem 4 pacotes; se, no entanto, disser "só se pode levar 4", as pessoas param e levam os 4 pacotes de açúcar. 

Mas para quê fazer estes estudos se depois existem estas campanhas que provam a "pouca racionalidade" dos consumidores?


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