terça-feira, 28 de outubro de 2014

A Persistência da Memória

Hoje terminei o primeiro Romance do Daniel Oliveira, chamado "A Persistência da Memória". Também não é exactamente o meu estilo preferido, mas estou (ou estava) numa de ler livros pequenos. 

Não gostei especialmente. No Goodreads, em 5 estrelas, dei-lhe 2 ("it was ok"). O Daniel Oliveira tentou uma  escrita e uma linha narrativa menos estruturada mas, na minha humilde opinião, não chegou lá. E, para além disso, também não me conseguiu prender.

Mas eu não sou crítica literária, nem pretendo ser. Por isso, não vou aqui discorrer sobre as qualidades literárias do livro.  

O livro atraiu-me pelo facto de a Camila, a personagem principal e narradora do livro, apresentar uma condição de hipermnésia. O que significa que, basicamente, a Camila não se esquece de nada. E pensam as pessoas "ai que bom que é, não nos esquecermos de nada, quem me dera!!". Pois, mas não. 

Eu não sofro de hipermnésia, claro, mas tenho uma memória extremamente apurada (ainda que não tão apurada que me permita, por exemplo, reter matéria os exames de forma fácil fácil. Snif), e isso, em muitas situações, não é bom. Às vezes é bom, claro, e eu gosto muito, e outras vezes é só irrelevante, porque guardo coisas que não têm a mínima importância; no entanto, muitas vezes é mau, porque eu não faço questão, não quero, lembrar-me de certas coisas. Às vezes são pequenas coisas, pormenores, que levam a outras recordações; outras vezes são situações menos positivas que até consigo perdoar, deixar passar, mas não esqueço. E depois, quando a "bolha rebenta", elas vêm todas cá para fora. E isso não é bom. Claro que assim torna-se muito mais difícil para mim perder uma discussão, porque eu tenho razão. Mas às vezes gostava de não me lembrar, para não ter que engolir as coisas - porque às vezes, tenho que pensar no que mais vale a pena: se é persistir na minha memória, ou manter aquela amizade (pelo menos como está). 

Ao longo do livro, fui tirando fotografias a certas passagens. Sim, não achei o livro nada de espectacular, mas, por vezes, explicava bem que isto de ter memória apurada nem sempre  é bom. 












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