Acordas cedo para ir mais cedo para a Faculdade para organizarem um trabalho de grupo. Chegas à estação de comboios e percebes que o teu comboio, que já devia lá estar, uma vez que parte daquela estação, não está lá. Perguntas ao senhor da CP o que se passa. "Foi suprimido", foi a resposta. Como já não há cu para estes cabrões da CP, respondes de forma simpática "ah, boa, porreiro. E foi suprimido porquê?", ao que te respondem "Porque não há material". Boa, anda uma pessoa a ser chulada todos os meses quando compra a merda do passe para não haver material. Se não é do cu é das calças: ou há greves ou não há material, o que interessa é não deixar os utentes usar o serviço pelo qual pagaram (e não foi pouco). Apanhas o comboio que entretanto chegou, que não era o que querias apanhar, porque este vai mais cheio. E ainda mais cheio ficou. E tu só querias ir sentada, porque as costas de doem. Mas vais em pé e entalada para não teres a mania que és fina.
Chegas à Faculdade, tudo ok, organização do trabalho mais ou menos encaminhada (mas deprimes por causa do trabalho. Ou dos trabalhos.).
Vais falar com uma professora e tens que inspirar e expirar para não teres um ataque de nervos.
Vais almoçar à hora dos velhos, porque tens a aula às 13 (que raio de hora para se ter uma aula), e prevendo que a aula vai ser uma loucura, decides comprar um chocolate. Chegas à conclusão que o bar não tem chocolates dos que gostas e vais à máquina. Descobres um Kit Kat Crunchy e optas por esse. Metes a moeda e o chocolate fica preso. Vais à AE e de lá vem um pequeno monstrinho para dar dois murros na máquina para o chocolate sair. O chocolate sai e... era de caramelo. Tu não gostas de caramelo nem de chocolates de caramelo e a indicação que o Kit Kat era de caramelo estava escondida. Cabrão do chocolate.
Vais para a aula e a aula é, efectivamente, uma loucura. Aquela professora stressa-te, está calor, sentes-te quase mal ali.
Sais da aula e vais para o Metro. Perturbações na rede, em TODA A REDE, até às 16 h, devido a plenário dos trabalhadores. Mais uma na lista de impedir os utentes de usufruírem do serviço pelo qual pagaram (e não é pouco): plenários dos trabalhadores. Dos $%&%#%#%$ dos trabalhadores que, provavelmente, estiveram a decidir novas formas de luta que passarão pelas velhas greves, como se quem utiliza o metro tivesse culpa das suas condições de trabalho, como se quem utiliza o metro não visse, constantemente, os seus direitos a serem postos em causa.
Chegas, finalmente, ao comboio. Entra na carruagem uma criancinha com sua mãe. A criancinha vai num berreiro a viagem toda. E ao mesmo tempo que ficas irritada com isso, apercebes-te da inveja que tens da criancinha, que pode exteriorizar a sua birra sem ser muito posta em causa. E tu não.
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