quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Well, I guess that's the 20's

- De repente, do nada, vês-te a desejar uma coisa com muita, muita força. No entanto, sabes que o mais provável é não a conseguires. E isso não tem que ser mau, porque na verdade seria uma alternativa, que poderia ser positiva, sim, mas só um outro caminho que poderias seguir.  

- Sem qualquer explicação racional para isso, tens saudades, muitas saudades, de alguém que foi tão efémero na tua vida que não consegues perceber a razão dessas saudades. Mas vês-te a relembrar, vezes e vezes sem conta, os tempos que passaram juntos e, sobretudo, a imaginar o que poderiam ter feito e não fizeram. E tens vontade de lhe falar, de lhe dizer o que te passou pela cabeça quando viste a sua nova fotografia de perfil do FB, mas, sobretudo, de lhe perguntar coisas, muitas coisas.

- Apercebes-te que o FB é uma merda, porque não permite que nos desliguemos completamente, e que antigamente, se calhar, era mais fácil. Agora, com isto, podemos decidir que não queremos saber, mas depois, mesmo involuntariamente, sabemos por onde as pessoas andam, o que fazem, com quem fazem, o que comentam, a quem comentam. E as pessoas, que aparentemente deixam de querer saber, continuam a interagir, a pôr gostos em coisas que não devem, só para darem o ar de sua graça. E isso é só parvo. Se não querem saber, se não interagem fora dali, porque raio hão-de interagir no mundo virtual?

- Confrontas-te com a perda, mesmo daquilo que nunca tiveste e de quem nunca tiveste. E por mais que saibas que é parvo, tens pena disso. 

- Percebes que deixaste coisas para trás, pessoas para trás. Os "e se", apesar da pouca idade, são muitos. 

- Desenterrar coisas antigas pode ser perigoso, pode levar-te a pensar em coisas que nunca pensaste, a não pores a mão no fogo por ti, por algo que, em teoria, não farias. Consequentemente, começas a duvidar da tua índole. 

- Apercebes-te que os sentimentos irracionais não ficam na adolescência e que, contra tudo aquilo que tu achavas sobre ti, continuam a existir. 

- Podes estar rodeada dos teus amigos e, mesmo assim, sentires-te sozinha. Sabes que podes contar com eles, mas sabes que se calhar estão em patamares diferentes na vida e que tal fará, num futuro não tão distante assim, que se distanciem. 

- But, on the bright side, sabes que és jovem e que muita coisa te pode acontecer. Podes conhecer  pessoas, muitas pessoas. Podes conhecer alguém. Estás a descobrir-te e nem todas as descobertas têm que ser más.  Podes errar, voltar atrás e voltar a tentar. Podes, podes, podes. Posso. A vida é um livro aberto. Sim, às vezes isso pode ser assustador, mas não tem que o ser. Especialmente se achas estranha a ideia de aos 25 anos definires a tua vida toda. 

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