segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Áreas Cinzentas, parte II

Se calhar não existem áreas cinzentas. 
Se existem tantas dúvidas morais sobre se devo ou não fazer alguma coisa, é porque eu sei que fazê-lo seria errado. É certo que fazê-lo, por si só, não teria nada de errado. Poderia ser uma coisa inocente se fosse noutra altura ou com outra pessoa. Mas, deep down, eu sei que não é só uma coisa inocente. Deep down, eu sei que isso poderia levar a outras coisas (ainda que essas não fossem o meu objectivo). E bem, essas coisas seriam erradas. Aí já não existiria área cinzenta: seriam erradas e ponto final. 

O meu objectivo seria simples (na verdade, mais que um):
a) ter companhia para correr e motivar-me. Tenho andado longe do meu melhor e acho que ele me podia aproximar (e, quem sabe, melhorar) do meu melhor;
b) reaproximar-me de um amigo que ficou "perdido";
c) vê-lo e (tentar) perceber se existe alguma espécie de borboletas. 

Ficámos pendurados em 2009, passaram-se 5 anos, a vida avançou (mais para uns que para outros) e agora os "e se" não me (nos?) largam. Não nos vemos desde o Verão do ano passado e, mesmo assim, os "e se" não me (nos?) largam. Vieram numa altura estranha. 

E agora estou numa área cinzenta. Queria desafiá-lo para correr, mas tenho medo do que poderia acontecer por causa disso. Por isso, isto não é uma área cinzenta. Se tenho medo do que pode acontecer, é porque coloco a hipótese de algo que é errado poder acontecer. E se eu sei que é errado, não é  uma área cinzenta. 

Por isso,  B. L., toca a acabar esse trabalho para te vestires para ires correr SOZINHA.

Fazer o que é certo, mesmo que isso te custe. 



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