Em vez de promover empregos a sério, promove "estágios para desempregados com mais de 30 anos". Isto é mau em tantos níveis.
Em primeiro lugar, importa perceber o que é que raio deveria ser um estágio. Segundo a definição do Priberam, "Estágio" define-se como:
Ora, não me parecendo que esta medida seja especialmente destinada a quem termina uma nova formação e vai iniciar a sua vida profissional na área da sua nova formação, isto é só parvo. Então uma pessoa aos 35 anos, vamos lá, com 10 anos de experiência na sua área, fica desempregada. Passado 1 ano, porque esta medida destina-se apenas a desempregados de longa duração, pode realizar um estágio. Que seria, em teoria, um período de aprendizagem. Só que não. Porque a pessoa já tem 10 anos de experiência. Claro que uma pessoa está sempre a aprender e blá blá blá. Mas não é esse tipo de aprendizagem que o estágio promove. Neste caso, é só uma forma de as empresas contratarem mão-de-obra qualificada e já com alguma experiência por uma "tuta e meia". Porque a "bolsa de estágio" que se oferece é, obviamente, uma miséria.
E uma forma, claro, de se mascararem os números do desemprego.
A sério, vendo isto eu só penso que está tudo doido. E parvo. E estúpido. E que parece que esta gente está numa sala não a pensar em formas de isto melhorar mas em formas de gozar com as pessoas.
Este programa não vai promover a empregabilidade ou o reingresso de desempregados no mundo do trabalho, da mesma forma que os Estágios Profissionais do IEFP para recém-formados, cuja ideia até é bonita em teoria, não promovem o emprego jovem. Um e outro promovem, antes, a exploração de mão-de-obra qualificada durante determinado período de tempo para que depois ela seja "reciclada".
Tendo em consideração que é o Governo que promove estas coisas, como é que ainda podemos esperar que ele regule, i.e., proíba, os "Estágios Curriculares", a.k.a., posições que exigem pessoas já formadas, com disponibilidade para trabalharem a tempo inteiro, que fazem tudo e, muitas vezes, sem grande orientação, dando azo às suas capacidades auto-didactas e que, portanto, de "curricular" só têm mesmo a inexistência de remuneração e que nada têm a ver com os verdadeiros "Estágios Curriculares"?
Tendo em consideração que é o Governo que promove estas coisas, como é que ainda podemos esperar que ele regule, i.e., proíba, os "Estágios Curriculares", a.k.a., posições que exigem pessoas já formadas, com disponibilidade para trabalharem a tempo inteiro, que fazem tudo e, muitas vezes, sem grande orientação, dando azo às suas capacidades auto-didactas e que, portanto, de "curricular" só têm mesmo a inexistência de remuneração e que nada têm a ver com os verdadeiros "Estágios Curriculares"?
Enfim. [Suspiro]
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