domingo, 22 de fevereiro de 2015

Well, fuck it.

Parte I

A B.L. com fama de mau feitio mas boazinha, sempre disponível para ouvir ou ajudar ou o que quer que seja, vai deixar de existir. 
A B.L., que porque não é de demonstrações fofinhas de abracinhos e beijinhos, tem fama de ser insensível, vai realmente começar a sê-lo. Vai deixar de pôr as outras pessoas em primeiro lugar em detrimento de si própria. 

Porquê? Porque é que eu hei-de continuar a fazê-lo, porque é que eu hei-de estar sempre disponível para ouvir as outras pessoas, para dar uma boleia (mesmo que não seja para nenhum sítio para onde eu tenho que ir, mesmo que eu tenha que sair de casa de propósito para levar uma pessoa a algum lado porque a pobre pessoa, coitadinha, tem mesmo que ir e está sem carro e blá bá blá), para fazer o que quer que seja se, depois, quando se trata de mim, ninguém (ou quase ninguém) quer saber?  


Parte II

Já vi, várias vezes, uma frase que diz qualquer coisa como "antes de te diagnosticares com depressão ou com baixa auto-estima, primeiro assegura-te que não estás, de facto, rodeado de idiotas". Não sei exactamente qual a origem desta frase mas, infelizmente, faz algum sentido na minha vida. Não digo que esteja rodeada de "idiotas", mas cada vez me desiludo mais com amigos meus que, até há pouco tempo, eu considerava excelentes amigos. São 2 amigas da Faculdade (já nem conto cm a terceira, que isso já foi há um ano) que agora, que estão nas suas novas vidas, estão ainda mais centradas em si próprias. E ontem (tal como há 2 semanas), foi a amiga mais antiga, egocêntrica, it's all about her and only her, 


Parte III

Estou cansada. Estou cansada de ser a pessoa invisível. A pessoa de quem as outras pessoas só se lembram quando precisam de alguma coisa (ou quase). A pessoa a quem dizem, aquelas pessoas que nunca estão disponíveis para nada, nem para responderem a uma mensagem, quando eu não estou disponível, por acaso, para aquilo que queria, "tu nunca podes". Estou cansada de ser a miúda (estou quase a fazer 26 anos, ainda me posso chamar de "miúda"?) "girinha", mas que, por alguma razão estranha, não deve ter assim tanta graça e socially awkward. E deste ciclo vicioso: sinto-me sem graça e socially awkward e por isso, sempre que alguém fala comigo, não sei o que dizer e, se estiver num dia mau, desconfio, o que leva a que arme uma barreira à minha frente, tornando-me ainda mais sem graça e socially awkward. 

Parte IV

Estou cansada. 


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