Foi na segunda feira passada que me disseram "adeusinho" e desde aí, não tem sido fácil. Duvido das minhas capacidades. Duvido de tudo. Tenho ataques de choro e de ansiedade. Duvido que alguma vez volte a arranjar emprego. Para além de tudo o resto que sentia antes: o cansaço físico brutal, as tonturas e o sono.
No meio disto tudo, às vezes tenho momentos otimistas. Momentos em que penso "vou arranjar um emprego melhor. Vou a tal entrevista, numa empresa que é mais perto de casa e tudo, e vou ficar com aquilo. Vai correr tudo bem".
Mas depois, vem outra vez a onda de pessimismo. Porque é que vai correr tudo bem? Porque é que alguém me há de recrutar para o que quer que seja? O que é que eu tenho de bom?
E depois, vêm, outra vez, os ataques de choro. As faltas de ar.
Hoje esta onda de pessimismo ainda não passou. Apetece-me chorar e desaparecer. Pôr-me debaixo do cobertor e não sair de lá. Ou só sair de lá se alguém me enviar para uma ilha deserta.
Resta esperar que uma noite de sono me faça bem. E que amanhã, nas entrevistas a que vou, consiga fingir que sou a pessoa mais confiante do mundo. Que sou capaz de tudo.
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