segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

E depois...

Há uma Meia-Maratona que conseguimos acabar e que nos faz sentir os melhores :D

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Estou postrada

Toda a gente já percebeu e já nem eu me suporto. 

Não me apetece fazer nada sem ser dormir, dormir, dormir. Sinto um peso na cabeça, dores de cabeça que nunca senti (então é isto que são enxaquecas?), um aperto no peito. Sinto vontade de chorar mas que não se materializa efetivamente em choro. 

Tudo começa nisto: estou frustrada com o meu trabalho e asssustada, cada vez mais assustada, com a possibilidade de não conseguir sair daqui. 

Esta frustração e este receio fazem com que acredite, cada vez mais, que afinal as pessoas daquele meu trabalho de Janeiro do ano passado tinham razão - eu sou incompetente e não posso desejar muito para mim, a não ser, claro, um trabalho estúpido. 

Esta crença atira a minha auto-estima para o chão e leva-me a reafirmar que nunca vou conseguir sair daqui. 

Esta baixa auto-estima, leva-me a outras inseguranças. Eu não sou interessante - que interesse é que eu posso ter? 

O meu trabalho é uma merda. Sou insegura. Nunca fiz nada de jeito nem de tão interessante assim. Sempre pensei muito nas coisas antes de as fazer, sempre pensei nas consequências, pensei muito nos outros antes de pensar em mim - um erro, tenho vindo a perceber. 

Não fiz Erasmus, por exemplo, apesar de ser uma coisa que gostava de ter feito, porque não quis dar esse encargo aos meus pais e sempre achei que eles não deixassem. E agora a minha irmã, sempre mais irresponsável do que eu, mas sempre mais mimada, está na calha para ir. Eu tenho noção do quão infantil isto pode parecer, mas é uma materialização das coisas que não fiz e queria ter feito. 

Estou a sentir-me insegura, irrelevante. Nunca fiz nem nunca vou fazer nada de jeito. Os meus amigos estão demasiado centrados nas suas vidas, estão a viver as suas vidas e eu aqui.

Estou a sentir-me insegura, irrelevante. Toda a gente se afasta. É uma questão de tempo até o A. também se afastar, certo? Até que ponto é que ele gosta de mim? Até que ponto é que ele só está comigo enquanto não conhece a pessoa realmente certa?? 

E o mais triste? Se nós acabássemos, ficaria completamente sozinha. 


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Continua tudo igual

A neura é gigante, sinto-me frustrada, incompleta, perdida. 

Mas na sexta fui a uma entrevista. Não vai dar em nada, óbvio, mas teve um momento espectacular.

Recrutador - Qual é o seu nível de Excel?

B. L. - Penso que é médio... Embora nunca tenha tido realmente necessidade de trabalhar com ele, a verdade é que penso que é uma competência importante e, como tal, tenho tentado aprender por mim própria e trabalhar. Assim, sinto-me à vontade, por exemplo, com as Tabelas Dinâmicas.


Recrutador - Hum... Então e Pivot Tables?

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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Passado 1 ano, arrependi-me

No final de 2015, no âmbito do último ano do Mestrado em Psicologia da Educação e da Orientação (aquele que seria o meu segundo mestrado), estava a fazer um Estágio Curricular numa Escola e a fazer uma Tese (ou a iniciar a Tese) relacionada com o Aconselhamento de Carreira em jovens adultos. Não estando a adorar o estágio, tendo a percepção de que a Educação em Portugal continua a ser sinónimo de desemprego e estando até a gostar da área do aconselhaemento de carreira fora do contexto escolar,  resolvi começar a ver como estava o mercado de trabalho na área dos Recursos Humanos. Na altura, não tinha como objetivo desistir do Mestrado e começar a trabalhar; o meu objetivo era, antes, auscultar o mercado, ver que tipo de ofertas existiam, enviar algumas candidaturas para eventualmente ir a entrevistas para ir treinando esta parte. 

Enviei 2/3 candidaturas e claro que não tendo o objetivo de começar logo a trabalhar, acabei por ser selecionada para uma Consultora de Recursos Humanos. Acabei por aceitar. O meu objetivo não era ser Consultora de RH, mas pensei que poderia ser um meio para atingir um fim, i.e., ir para um Departamento de RH de uma empresa, onde poderia trabalhar no desenvolvimento dos colaboradores, no desenvolvimento de programas de formação, etc., etc. Na altura, soube que uma rapariga, que havia feito a tese com a minha orientadora e também sobre aconselhamento de carreira, estava (e está) a trabalhar numa grande empresa a fazer um trabalho super interessante. E eu pensei "pronto, vou trabalhar uns tempos nesta consultora e depois passo para o cliente final. É um meio para atingir um fim". 

Só que essa experiência na Consultora correu muito mal. Fiquei lá 1 mês. Não acabei o mestrado e fiquei lá 1 mês. 

E depois, aproveitei a primeira oportunidade que me surgiu, o primeiro processo em que fui seleccionada, depois de ter ouvidos alguns não, sem saber muito bem no que me estava a meter. 

E hoje, passado 1 ano, estou farta de aqui estar. Não estou a fazer nada de jeito. O meu trabalho não é minimamente interessante nem estimulante. Não estou a aprender nada e não estou a desenvolver nada. 

Quero mudar e não consigo. Porque uma experiência profissional de 1 mês é péssima para o CV. E porque, lá está, aqui não estou a fazer nada de relevante e que possa dizer, em entrevistas, que é uma grande mais-valia e que pode ser aproveitado. 

Estou frustrada. Sinto que nunca mais vou sair daqui. Sinto que vai ser cada vez mais difícil. Porque não tenho experiência, porque não posso fazer estágios, porque tenho quase 28 anos. Tenho quase 28 anos e estou completamente estagnada. 

Enquanto isso, a tal rapariga continua na grande empresa a fazer aquilo que eu gostava de fazer. Ela acabou o mestrado e eu não.

Agora começo a arrepender-me. Se tivesse acabado o mestrado, talvez conseguisse estar a fazer alguma coisa em aconselhamento de carreira. Ou qualquer outra coisa. Qualquer outra coisa bem mais interessante do que aquilo que estou a fazer. 

Apetece-me meter-me debaixo do cobertor e nunca mais sair. 


terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

O que fazer?

O que fazer quando a vontade de ir é maior do que a vontade de ficar?
O que fazer quando nos aproximamos, perigosamente, do limite? 

Estou cansada. Estou realmente cansada desta espécie de trabalho. Estou cansada de ir a entrevistas que não dão em nada. Porque há sempre alguém com mais experiência que eu, com melhor experiência que eu, que fez mais coisas que eu. Porque há sempre alguém que não esteve só um mês num local de trabalho. Porque há sempre alguém. 

E eu estou aqui. Frustrada. A não fazer nada de jeito, a ver a vida passar, a ver os outros a avançar.

Eu, que até achava que era capaz de fazer muitas coisas, agora já não sei. Agora sinto-me só incompetente.  

Frustrada? Eu? Nada. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Eu e as minhas neuroses

Às vezes, e não são tão poucas assim, acho que devia ir a um psicólogo. Bem, na verdade, e talvez porque sou formada em Psicologia, acho que toda a gente deveria passar, pelo menos uma vez na vida, por um psicólogo. E não, não se trata de querer dar trabalho aos meus colegas; trata-se, antes, de acreditar que a saúde mental é essencial e que todos nós, e as nossas respetivas saúdes mentais, beneficiariam de uma ida ao psicólogo. Todos nós temos questões mal resolvidas, todos nós temos medos, receios, dúvidas. Não, o psicólogo não nos daria curas milagrosas ou soluções "how to", mas dá-nos ferramentas para ultrapassarmos estas questões. 

Dizia eu que achava que devia ir ao psicólogo. Por várias razões.

  • Porque continuo insegura. Porque quero ser muito boa em tudo o que faço mas não acredito que o consiga ser e acredito, frequentemente, que nem vale a pena tentar porque vou falhar. 
  • Porque tenho trust issues. 
  • Porque não consigo deixar o passado e as más experiências lá atrás, onde elas devem estar. Porque não consigo deixar de me martirizar pela péssima experiência profissional de há um ano (faz hoje 1 ano que me disseram "então adeuzinho"). E, relacionado com a insegurança, não consigo deixar de achar que se calhar eles tinham razão e eu sou só incompetente. 
  • Porque tenho uma enorme facilidade em criar macaquinhos. A título de exemplo: o A. já não está há algum tempo com um dos melhores amigos dele. O melhor amigo não vai a jantares, cafés ou idas ao teatro. E eu (e admito que isto pode ser narcísico) não consigo deixar de pensar que a "culpada" talvez seja eu. Porque nestes jantares, cafés ou teatro eu também estaria presente. E o que é que acontece? O melhor amigo do A. é muito amigo da ex-namorada do A. Não, o A. e a ex-namorada não se conheceram por causa dele, mas a rapariga é muito "dada [ao contrário de mim] e todos os amigos do A. a acolheram muito bem." E se o melhor amigo do A. não gostar de mim ou não quiser estar comigo por causa da ex-namorada? Ok, escrevendo isto, eu tenho noção que isto parece só piegas e infantil. Mas acreditem, a história da ex-namorada é uma história complexa (não pelo que terá acontecido entre eles - isso terá sido só normal -, mas pelo facto de a miúda se continuar a dar com a grande maioria dos amigos dele, o que mexe com todos os macaquinhos deste longo sótão. 
  • Porque acredito sempre no pior de mim e não acredito no melhor.