quarta-feira, 10 de julho de 2013

As mulheres às vezes são tão idiotas

A sério, nós somos estúpidas? Acéfalas? 

Hoje, na praia, tive a sorte (ou o azar) de estender a toalha ao lado de um rapaz e rapariga que, aparentemente, seriam dois amigos normais. 

Aparentemente. 

Porque bastou-me estar ali 1 minuto para perceber que a rapariga estava totalmente interessada no rapaz, a fazer-se descaradamente ao piso (o que é terrível, como se irá perceber a seguir), e que o rapaz não estava nem aí para a rapariga, correndo o risco de, até, a achar chata.

Comecei a ouvir o seguinte diálogo:

Rapariga - Ah, gosto imenso dessa tatuagem (voz meio dengosa)... Tem algum significado? 

Rapaz - Tem. 

(...)

Rapariga - Eu também gosto imenso de tatuagens... Só não faço mais porque enfim! Mas não percebo as pessoas que as fazem só porque sim... 

(...)

Mais tarde:

Rapariga - Mas o que é que faz a tua namorada? [E por isto é que eu acho terrível a rapariga se estar a fazer descaradamente ao piso... ELA SABIA QUE O RAPAZ TINHA NAMORADA E TEM O DESCARAMENTO, ESTANDO-SE A FAZER A ELE, DE PERGUNTAR PELA NAMORADA!!! É que para além de ser um bocado, vá, cabra, ainda é burra... Se eu alguma vez me fizesse a alguém que tivesse namorada, não o ia lembrar disso! - Credo, serei, também, uma cabra??]

Rapaz - É professora.

Rapariga - Ah, então agora tem menos trabalho... As aulas já acabaram e tal...

(...)

Rapariga - Mas é professora de quê? Ensino Básico ou Secundário?

Rapaz - Secundário. 

Rapariga - Ah, isso deve ser super stressante, coitada! Essa idade é tão chata! Todos nós já passámos por ela e blá blá blá...

(...)
Rapaz - Eu vou ao banho.

Rapariga - Eu vou contigo [voz novamente dengosa].

E ficam nesta conversa quase unilateral durante algum tempo... Eu sei, pelo reproduzido aqui, há poucas evidências reais do bate couro dela. No entanto, houve toda uma dinâmica de linguagem corporal e risinhos e coisinhas que me fizeram crer que sim, a rapariga estava claramente a fazer ao rapaz e o rapaz, provavelmente, não estava a achar grande graça à coisa. Ainda assim, e como eu ainda quero, muitas vezes, acreditar que as pessoas não são parvas, cabras, etc, tentei dar um desconto... Podia ser apenas a minha mente maldosa a trabalhar! Oh, ingenuidade a minha! 

Chega a altura em que a rapariga se tem que ir embora.

Rapariga - Bom, tenho que ir embora... Obrigada pela companhia! [voz dengosa]

(...)

Rapariga - Então amanhã diz alguma coisa!

(...)

Rapariga - Ou se quiseres diz hoje, que eu também não me importo! 

(...)

[E aqui, admito, não resisti e desatei-me a rir... Sou horrível, eu sei.]

Rapariga - Bom, então eu vou andando!

[...]



Agora a sério... Somos parvas, iditoas, burras, ou, simplesmente, quando estamos apaixonadas perdemos toda e qualquer noção do que é, afinal, a nossa valorização para nos sujeitarmos a este tipo de coisas? 

Eu não quero, de todo, estar a cuspir para o ar. Até porque também já tive, claro, e muito, as minhas atitudes idiotas apaixonadas (ainda que, muitas vezes, não admitisse estar apaixonada... "somos só amigos... Eu gosto muito dele, sim, mas como amigo!" - Parva). Mas porquê? Porque é que quando gostamos de alguém acabamos por fazer estas figuras parvas?  Porque é que não percebemos que ele "não está assim tão interessado"? Ou porque é que quando percebemos, tendemos a racionalizar as coisas, a arranjar desculpas, a inventar histórias que nós utilizamos, consciente ou inconscientemente, para esconder o facto de ele não querer saber de nós dessa maneira

Porque é que quando parte da nossa cabeça já sabe que ele não quer saber de nós, a outra parte começa a trabalhar e a arranjar desculpas?

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