Há uns anos, algures no Secundário (e antes do grande drama da minha vida ter acontecido), a minha stôra de História disse-me que sempre que se lembrava de mim lembrava-se de mim a rir-me. Porque eu era uma miúda bem-disposta que, efectivamente, se ria muito. Claro que, na altura, já tinha algum do meu mau feitio; no entanto, é verdade o que dizem, que isso tem tendência a aumentar com a idade. Por outro lado, é também verdade que no auge dos meus 16/17 anos, também teria alguns problemas... No entanto, eram os problemas de uma miúda de 16/17 anos sem grandes problemas.
Entretanto, entrei na Faculdade, o meu mau feitio aumentou, o drama da minha vida surgiu e, bem, demorou a passar (será que já passou?). No entanto, e em retrospectiva, percebo que, apesar de tudo, não foi aí, no período 2007-2012 que bati no fundo.
Porque, entretanto, aconteceu o período 2012-2013, a Idade Média da minha vida. Sim, depois de passado esse período, e depois de analisado e re-analisado, percebo que, de facto, esse foi o pior período da minha vida. O momento da conclusão que, efectivamente, a maioria das decisões importantes da minha vida foram erradas; a conclusão que deixei demasiadas coisas para trás; a conclusão que a solidão existe e é lixada. Se nalgum período da minha vida andei realmente depressiva, foi nesta altura.
Mas depois, veio o Verão e as férias que, incialmente, seriam "forçadas" mas que acabaram por ser a melhor coisa que me aconteceu.
Porque descansei realmente.
Porque depois de ter concluído que parte da minha vida foi um "erro", consegui aceitar esse erro. E tentar dar a volta por cima. Ok, infelizmente não é possível voltar atrás no tempo; no entanto, e se não queremos/podemos "voltar atrás", há que erguer a cabeça e lutar, aproveitar as oportunidades que surgem e "se o "plano A não funcionar, mais 25 letras no Alfabeto".
E, assim, se estava num estado depressivo, saí dele. Senti-me melhor, mais alegre e, sobretudo, mais leve. Sim, ainda tenho o meu mau feitio. Sim, ainda me irrito muito facilmente com certas coisas e certas pessoas. Sim, continuo sem pachorra para demasiadas coisas para as quais poderia ter. Sim, continuo a não ser uma pessoa especialmente fofinha. Mas sinto-me melhor.
No entanto, percebo, ao ler coisas que escrevi na Idade Média da minha vida, que ainda me identifico com algumas delas. Que talvez os sentimentos da altura não estejam tão enterrados, tão desaparecidos, como eu achei que estivessem.
E, desta forma, não sei que é o meu verdadeiro eu neste momento. Ou, melhor, não sei quem é o meu verdadeiro eu. Ponto final. E independentemente do momento.