quinta-feira, 17 de julho de 2014

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Li isto no Humans of New York e tive uma espécie de baque. Claro que a história é completamente diferente, mas tive um baque.
É uma merda: nós conhecemos as pessoas, afeiçoamo-nos, percebemos que não resulta e afastamo-nos. Porque somos estúpidos - se um tipo de relação não resultou, porque raio haveríamos de manter outro tipo de relação? - e porque somos orgulhosos - se ele não diz nada, porque é que eu hei de dizer alguma coisa? Se ele não quer saber, porque é que eu hei de querer saber o quer que seja? 
Mas a merda é que ao nos afastarmos, não esquecemos. A merda é que ao nos afastarmos, ficamos com saudades dos bons tempos.
E depois, o Destino, ou uma merda que o valha, vem e mostra-nos coisas a que alguns chamariam de sinais. Mas os cépticos, como eu, dizem que são só merdas de quem não consegue esquecer - como eu. 

Mas foda-se. E se ele morresse? O amigo que nós temos em comum (tendo sido por causa dele que nos conhecemos) não sabe que nós ficámos "amigos"... Portanto nunca se lembraria de me dizer "olha, o rapaz que ficou ao teu lado no meu casamento morreu". Porque não faria sentido. E não sei se os amigos dele que sabem que nós ficámos "amigos" se lembrariam de me dizer. Portanto, a menos que as pessoas se pusessem a pôr na página dele do Facebook merdas como "mais uma estrelinha no céu" ou outras pérolas que eu acho espectacular porem nos murais de quem morre, eu não saberia de nada.

Merda. Se calhar, por isso, e por outras coisas, deveria falar com ele. Mas sou orgulhosa. E ele é parvo. E ele não quer saber. E se ele não quer saber, e se ele é parvo, porque é que eu me hei de importar?

Mas importo-me. Mas não sou suficientemente qualquer merda que ainda não sei o que é para dar o braço a torcer. 

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