domingo, 29 de março de 2015

Março

Já no ano passado foi a mesma coisa. Março passou e escrevi apenas um post. Um post positivo, é certo, mas que surgiu após um mês (ou mais que um mês, vá) mau que culminou numa importante e difícil decisão. Foi a decisão mais acertada, não tenho dúvidas, mas tal não implica que não tenha sido difícil. E que não traga, também, algumas consequências menos positivas.

E chegámos a Março de 2015. Sem nenhuma decisão tão importante, mas com alguns pequenos acontecimentos que o tornaram num mês não tão fácil. 

Março é o mês em que faço anos. E a partir do momento em que não estou perto daquilo que queria estar, a partir do momento em que não fiz 1/3 das coisas que queria ter feito, então fazer anos não é assim uma coisa tão espectacular como isso. Especialmente quando fazer anos implica fazer 26 anos e ficar oficialmente mais perto dos 30 que dos 20. 

E isso seria mais suportável se não me sentisse tão sozinha como toda a gente que lê este blog (as duas pessoas) sabe. Sei que, no limite, não estou sozinha. Eu sei disso. Mas sinto-me sozinha. Mas, na verdade, suponho que isso nem é o pior. O pior é mesmo desiludir-me com pessoas que até há bem pouco tempo eram importantes para mim. Disse, uma dessas pessoas, que fez determinada coisa por ser das pessoas que mais gosta de mim. Pois, mas a verdade é que tem uma maneira muito estranha de o demonstrar. E eu já deixei de acreditar. E cheguei ao ponto do "estou-me a cagar". Que é difícil. Mas cansei. Cansei, mesmo, de ser a boazinha. Cansei, mesmo, de ser quem está sempre disponível para tudo. 

E agora, que cansei, as pessoas notam. E não gostam. E cobram o que não têm direito de cobrar. Cobram-me satisfações da minha vida, com quem tive, porque estive, porque cai mal e o camandro. Pois, temos pena (temos?). Cansei. 

E tudo isso mói. O desiludir. O estar-me a cagar. E o não estar perto daquilo que queria estar, o não ter feito 1/3 das coisas que queria ter feito. Custa. Todos os dias tenho vontade de mandar tudo e/ou todos à merda. Todos os dias tenho vontade de gritar e desaparecer. Pegar numa mochila e voar daqui para fora. Não o faço porque tenho o Mestrado (que gosto muito - valha-nos isso!) para acabar. 

Mas preciso de me libertar de uma série de coisas. Preciso de melhorar uma série de coisas. Preciso de deixar de me deprimir tanto. Mas também preciso que deixem de ser estúpidos. 

Março não foi um mês fácil. Foi um mês de turbilhão. Em que corri 100km (há meses que não o fazia) porque a minha cabeça precisava disso. Porque era isso ou mandar o mundo à merda. Não sei o que me espera Abril. Mas espero que seja melhor. Tem que ser melhor. 

2 comentários:

Maria disse...

Conheço essa sensação tão bem "a partir do momento em que não fiz 1/3 das coisas que queria ter feito, então fazer anos não é assim uma coisa tão espectacular como isso. Especialmente quando fazer anos implica fazer 26 anos e ficar oficialmente mais perto dos 30 que dos 20." Eu vou fazer em outubro os 26, sinto isso. Mas como tu dizes-te não podemos deprimir tanto, isso não leva a nada... (só mais um desabafo: sabes o que custa também? é ver o pessoal da minha idade a dar os "passos" que eu gostaria de dar, fazerem o que eu gostaria de fazer, isto não é inveja, ainda bem que eles têm essa vida, mas também gostava de concretizar os meus sonhos)

Já agora, MUITOS PARABENS! E tem um ótimo mês de abril.

B.L. disse...

Obrigada! :)

Sim, percebo-te. Não é inveja, ainda bem que eles os estão a dar, mas acabamos por pensar "porque não eu?". No meu caso, eu consigo responder, em parte, a essa questão. A partir do momento em que decidi voltar a estudar, eu sabia perfeitamente que, a menos que me saísse o Euromilhões (o que seria difícil, uma vez que não jogo), eu não conseguiria aquilo que sempre quis: ser independente. No entanto, o facto de ter essa noção não impede o sentimento de frustração. Acho, Maria, que isso não nos torna más pessoas ;) Mas quero acreditar (e, nos dias bons, consigo acreditar) que há-de chegar a nossa vez.