domingo, 31 de maio de 2015

Epá...

Estive aqui a ver o meu relatório de estágio do meu primeiro 5º ano (que para o ano faço isso outra vez, ah ah), e só me ocorre "eu fartei-me de trabalhar nessa altura". O mais triste é que apesar de tudo aquilo que nos dizem... Não me valeu de muito. Acabei o curso e sim, comecei um estágio profissional na minha área onde também me fartei de trabalhar. Mas o estágio acabou e deram-me um pontapé no rabo. Estávamos em 2013, o país estava falido (vamos fingir que isto agora está um bocadinho melhor) e não havia condições. Claro. E depois... Depois, ninguém estava a contratar. E foi uma grande confusão.  

A merda é que me leva a pensar: não importa se trabalho muito ou pouco, se me dedico ou não. O futuro não depende de mim - ao contrário do que nos fazem crer. Há sempre sorte e azar e depois há pessoas, como eu, a quem o azar bate muito mais vezes à porta que a sorte. 

Posto isto, vou trabalhar. 

sábado, 30 de maio de 2015

E no entanto

Hoje, apesar de ter acordado mais tarde que aquilo que queria (ou talvez por causa disso), acordei bem-disposta. 

Programa de festas para hoje:
Trabalhar, claro, que há muita coisa para fazer;
Correr ao final da tarde - o objectivo é fazer pelo menos 10km;
Fazer qualquer coisa à noite e tentar ver o Pianista - diz que é para um trabalho. 


Sim, a minha vida não é particularmente interessante. Mas siga!

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Há alturas que deviam desaparecer

E nem sabes por onde começar. 

É a mãe de uma amiga tua que pede para se encontrar contigo porque está preocupada com o novo namorado da filha, com quem a filha foi morar. Tu achas ridículo o telefonema, mas também achas todo aquele relacionamento estranho. Não queres julgar, nem sequer conheces o rapaz pessoalmente, mas não vais à bola com ele por diversas razões. E a tua amiga  tem sido idiota desde o início - e isso inclui também ser meio parva contigo. Acabas por concordar em ir tomar café com a senhora, porque afinal a conheces há muito tempo, mas irritas-te com o sentimento de duplicidade, irritas-te com o facto de ires perder o teu tempo, que anda tão apertado, com uma merda destas. 

São trabalhos de grupo em que as outras pessoas parece que não querem saber e és tu que tens que ser a chata que tem que andar atrás. Não gostas de ser chata, mas tens que ser, se queres que as coisas fiquem feitas. Ficas com a sensação que as pessoas ficam chateadas com isso e não gostas, porque, caraças, se ninguém faz, alguém tem que ter o papel de chata. 

São professores que estão mais interessados nas relações de amizade, em detrimento dos interesses e das necessidades dos alunos.

São colegas, com quem não tens assim tanta confiança, que acham que têm o direito de te pedir trabalhos de grupo antigos para verem como é que fizeste, sem pensarem que isso é parvo. 

É teres imensos trabalhos para fazer / acabar e não saberes exactamente como os vais fazer.

És acordares 20 minutos antes do despertador tocar, voltares a adormecer e não o ouvires tocar.

É saíres já tarde da aula, vires a correr para casa porque tens que almoçar e ainda queres trabalhar antes de ires ter com a mãe da tua amiga. É apanhares trânsito porque aconteceu alguma coisa, mudares de caminho e acabares por te enganar.

É acabares por almoçar tarde e acabares por não conseguir fazer nada de jeito entre o almoço e o ires ter com a mãe da tua amiga. 

É perceberes a mãe da tua amiga - por mais parvo que continues a achar que ela tenha pedido para falar contigo. 

E, claro, é continuares irritada, zangada, triste, magoada, parva, com o facto de aquele idiota te ter "desamigado". É irritares-te por nem sequer conseguires perceber completamente porque ficaste zangada.  É teres, por seres naba, ligado-lhe sem querer pelo Whatsapp e apesar de teres desligado logo a chamada, se calhar ele tê-la recebido porque quando acordaste, mais tarde do que seria suposto, tinhas uma notificação do Whatsapp de chamada não atendida - dele. 

Se calhar, isoladamente, nada disto teria importância. Mas tudo junto... Foda-se para o mundo. 

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Olha que bem

Tens 19 anos, conheces um rapaz e ficam amigos. O rapaz interessa-se por ti, tu percebes e desconfias que também te interessas por ele. Mas és parva, e ele também, e não acontece nada. Afastam-se por coisas da vida que nada têm a ver convosco. Reencontram-se passados uns anos, aos 24, de um amigo em comum (casamento em que ele está com a namorada e onde tu conheces o rapaz - ou homem, já nem sei -, que te mexe com a cabeça de uma maneira que não estavas habituada) e nunca mais se viram durante 1 ano. Passado esse ano, com 25, por acaso voltam a falar. E entram em modo memory lane, entram em modo "eu estive interessado em ti" e "eu percebi. eu também". Entram em modo confidências e, logo depois, arrependes-te. Porque, logo depois, percebes que se calhar ele já não é a pessoa que tu conheceste com 19 anos. Continuas a acreditar que ele é boa pessoa, mas percebes que tem ali um lado cabrãozinho. Não acontece nada, apesar de todas as áreas cinzentas que pensaste, e dizes-lhe que apesar de continuares a achar que ele não é má pessoa, não gostaste da atitude dele, daquilo que ele fez. 

Ele desaparece. 

Ele faz anos hoje e pensaste, para fazeres as "pazes", em enviares-lhe uma mensagem. 

E percebes que ele te desamigou do Facebook - pelos vistos, há pouco tempo, uma vez que te lembras de ver actividade dele. 

E ficas completamente fodida. 

terça-feira, 19 de maio de 2015

"A Psicologia explica"

Comei um trabalho para Psicologia Social, no 2º ano da Licenciatura, dizendo

"O Homem é um conjunto de aspectos positivos e negativos que podem emergir ou não, dependendo das circunstâncias em que se vê envolvido. Deste modo, não se pode considerá-lo inerentemente consistente, dependendo as suas acções não apenas da sua personalidade mas também da situação em que está inserido." 

Zimbardo e colaboradores (1971) realizaram um estudo em que, de forma muito resumida e para toda a gente perceber, colocaram num espaço, que simulava uma prisão, dois grupos de jovens universitários. Um dos grupos seria os guardas prisionais e o outro os prisioneiros. Os primeiros dias foram tão violentos que os investigadores tiveram que abortar a investigação. Os "guardas prisionais" rapidamente assumiram um papel autoritário e violento, em que humilhavam os "prisioneiros". Os "prisioneiros", por seu turno, assumiram um papel submisso, em que aceitavam a humilhação e violência pratica pelos "guardas prisionais". 

Foi uma coisa bonita e que demonstrou como é fácil as pessoas, ao fazerem parte de um grupo, perderem a sua identidade pessoal, os seus valores, a sua consciência ou responsabilidade, desenvolvendo, por exemplo, comportamentos anti-sociais. É a chamada teoria da Desindividualização e que eu acho que, na verdade, explica muita coisa. 

Explicará, por exemplo, os comportamentos perpetrados pelas SS na II Guerra Mundial ou os comportamentos dos militares americanos em Abu Ghraib. Zimbardo, aliás, deu uma conferência TED em que relacionava o Stanford Prison Experiment com Abu Ghraib

E explicará, também, os comportamentos a que assistimos nos últimos dias e que nada têm a ver com clubismos. A Psicologia também explica o amor / ódio relacionado com o futebol, mas isto é uma coisa diferente. Isto é abuso da Polícia só porque pode. Isto é a violência das pessoas e roubar porque estão em grupo, porque a coisa se proporcionou. Claro que aquilo a que se assistiu é diferente do Stanford Prison; no entanto, julgo que o princípio é o mesmo. O ser humano, por mais que queiramos acreditar no contrário, não é inerentemente bom - ou mau. Pelo contrário, dependendo das circunstâncias, o ser humano pode cometer actos bons ou actos maus. Das circunstâncias e do grupo em que está inserido. 

Acredito que pelo menos algumas das pessoas que pilharam o estádio dissessem, anteriormente, que seriam incapazes de fazer o que depois fizeram. And yet... É estúpido, é ridículo. Aquelas imagens passam um atestado de estupidez, de falta de civismo. Mas, infelizmente, não me surpreende. 

A Psicologia explica e a verdade é que o ser humano é estúpido.


sábado, 16 de maio de 2015

Eu já devia ter aprendido. Burra.

Não me posso permitir ficar entusiasmada com alguma coisa relacionada comigo, com o meu futuro, com os meus feitos, com os meus objectivos. Não me posso esperançar com pessoas, com relações com o futuro. 

Não posso. 

Posso ficar feliz pelos meus amigos, que o que eles querem, procuram, concretiza-se. Não posso ficar comigo. 

Dorme, mãe Pátria, nula e postergada,
E, se um sonho de esperança te surgir,
Não creias nele, porque tudo é nada,
E nunca vem aquilo que há-de vir.

Não posso sonhar ou ter esperança. Ou se tiver um sonho, ou uma esperança, não posso acreditar nele.
Porque não se vai concretizar. Porque nunca nada se concretiza. 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Mas estou mesmo (MESMO) feliz. A sério.

No ano passado, como disse aqui, fui a dois casamentos mega especiais. Mesmo. Foram os melhores casamentos de sempre.

Passados 9 meses do segundo casamento, veio hoje a grande notícia. O primeiro bebé desse casamento já está aí, na barriga da minha amiga. Fui buscá-la para almoçar, ela apontou para a barriga e pronto. Abracei-a (logo eu, que nunca dou abraços a ninguém!), levantei a blusa e disse "olá bebé!". Fui ridícula e nunca pensei que fosse ser assim - afinal, eu sou uma cabra insensível. Mas assim vale a pena ser ridícula. 

Nos últimos tempos, tenho andado meio "tremida" com esta minha amiga. É um bocado egocêntrica, só vê o lado dela e não percebe o quão controladora consegue ser e sem sentido. Mas hoje nem me lembrei disso. Deitei esses episódios para trás das costas. A minha amiga vai ser mãe (e o meu amigo vai ser pai). Eu vi o início daquela relação. E agora já há uma uva. Eu vou ser tia. 

A minha vida com eles, a partir de agora, não vai ser a mesma. Eu sei disso. O bebé vai nascer no fim de Novembro / início de Dezembro. Ou seja, no Jantar de Natal deste ano já vai haver um bebé a chorar com fome, com xixi ou com cocó ou com sono ou por outra coisa qualquer. Quando eu fizer 27 anos, no jantar de aniversário, se o fizer, já vai haver toda a logística que um bebé de 3 meses acarreta, com carrinho e etc. E quando ele começar a falar, vou ter que ter cuidado com os palavrões, com os meus "foda-se que está quente!" (também é das poucas vezes que mando palavrões, ah ah). 

E, bom, talvez isso possa ser chato. Porque, afinal, eu não me vejo a ter filhos nos próximos 50 anos e, em parte, é porque não me vejo com vontade de perder a liberdade que o não ter filhos permite. 

Mas... Não interessa. A minha amiga e o meu amigo vão ser pais. Eles vão ter um filho. Wow. É o sonho deles. Eles fazem parte da minha vida e eu faço parte da vida deles e vou ter o meu primeiro sobrinho / a minha primeira sobrinha. Vou brincar com um bebé, vou ajudar a criar uma pessoa - porque quero estar presente na vida deste bebé. 

Acabei de decidir o meu papel na vida dele: vou ser a sua fixe mas que incute responsabilidade. 

Vou ser tia!!

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa

Não me sinto muito inspirada para grandes dissertações. Mas acabei de ler isto e tenho que dizer qualquer coisa. 

Muito se discute acerca dos padrões de beleza. Concordo. Em parte. 
Por um lado, acho bem que se saia da "tirania" (apesar de não saber exatamente onde essa tirania está... Provavelmente, mais do que do mundo exterior, estará dentro de cada um(a) de nós, que se deixa influenciar por esse mundo exterior. Mas isso é outra questão) da magreza. Tod@s queremos ser magr@s e o magro é o bonito. 

No entanto, não acho bonita aquela coisa que agora anda muito em voga do "mulheres reais têm curvas". Eu percebo o objectivo, claro que percebo, mas acho que é abusivo. Tal como seria abusivo dizer "mulheres reais são magras". As mulheres gordas iriam ficar chateadas, e teriam toda a razão. Mas as mulheres magras, que não têm, necessariamente, que ser mulheres obcecadas pela magreza (e mesmo que o fossem!), também têm o direito de ficar ofendidas com a frase "mulheres reais têm curvas". 

É um bocado estúpido. Ai coitadinhas de nós, que vivemos numa ditadura da magreza, as mulheres magras são umas estúpidas e as gordas são umas coitadinhas que são gordas e toda a gente goza com elas e não se deve gozar com elas e quem goza com elas é um ovo podre. Então vamos gozar com as magras. Pode-se gozar com umas mas não se pode gozar com as outras. Pode-se dizer que umas são mais reais que as outras. Está certo. Para mim, que não percebo nada disto, magras, gordas, baixas, altas ou míopes, são reais. Respiram... são reais. Mas pronto.

No entanto, de forma a sair-se da tal "tirania", acho muito bem que os media "utilizem" (não estou aqui a dizer que as mulheres [ou os homens] são objectos que possam ser utilizados. Daí as aspas no utilizem. É só uma forma de expressão) mulheres comuns, i.e., não mulheres "reais", mas mulheres com celulite, com mais 5, 10 ou 20 quilos, mulheres com rugas, mulheres com vitiligo, etc. Acho muito bem. Assim como acho muito bem que a Giselle Bundchen continue a fazer campanhas fotográficas, que a mulher é gira que dói.

Mas uma coisa é essas mulheres fazerem campanhas, aparecerem nas novelas, nos filmes, etc. Outra coisa, completamente diferente, é uma modelo de 113kg com 1.65m aparecer e dizer que quer alterar mentalidades. Acho muito bem que se alterem mentalidades. Mas nem toda a alteração de mentalidades é boa. Passar-se de extrema magreza para obesidade extrema não é bom, é igualmente mau. Não estou a dizer que a menina devia ficar fechada em casa por ser gorda. Não é isso. Mas acho mau, indecente e quase criminoso vir dizer que quer alterar mentalidades. Ela até pode fazer exercício e béu béu béu. Mas promover a obesidade, dizer, quase, que é uma coisa boa, não. 

Acho mal. 


domingo, 3 de maio de 2015

Da (falta de) confiança. Em mim. E nos outros. E do deixar-me ir.

Eu gostava, a sério que sim.

Eu gostava de ser daquelas pessoas que confia em si o suficiente para não ter medo de agir. Para achar que o trabalho que fez está bem feito e não ter medo de o entregar ou de o apresentar. Eu gostava de ser daquelas pessoas que confia em si o suficiente para ter coragem para falar com outras pessoas que não sejam aquelas com quem fala sempre. Aquela pessoa que não se esconde por detrás da capa de indiferença porque, simplesmente, não tem confiança nas suas capacidades sociais. Tenho perfeita noção que não sou das pessoas mais "welcoming" que existem; no entanto, isso não é, muitas vezes, por não gostar das pessoas (ainda que isso também aconteça muitas vezes). Isso é consequência, simplesmente, porque não sei o que dizer. Sou um ser "socially awkward" e nunca sei o que dizer. E isso é terrível. Impede-me de conhecer pessoas novas ou de conhecer melhor pessoas que já conheço (e que queria conhecer melhor). Isso priva-me de muita coisa. Por outro lado, eu sei a imagem que passo. Passo, muitas vezes, a imagem da miúda indiferente, que não quer saber. E, bem... Muitas vezes não quero mesmo saber. O pior são aquelas vezes que eu até quero saber. Mas não sei o que dizer. O que fazer. Como agir. E é mais fácil ser (parecer) indiferente que ser uma idiota. 

E isto é a falta de confiança em mim.

Depois, relacionado com isto, falta-me, também, confiar nos outros. Falta-me deixar-me ir não só por não confiar em mim mas, também, por não confiar nos outros. Ou, mesmo que não confie, falta-me não me importar com essa coisa da confiança. Falta-me deixar-me ir. Falta-me confiar. Se estou mal com alguma coisa, em vez de falar com alguém sobre isso, escondo-me na minha concha. A minha concha segura. Mas solitária. Onde só caibo eu e as minhas séries ou livros. Onde não deixo entrar ninguém. Nem os meus amigos. Para mim, ninguém precisa de saber o que se passa na minha cabeça, ninguém quer saber o que se passa na minha cabeça, ninguém me ia ajudar sabendo o que se passa na minha cabeça. Muito, muito, pelo contrário. Sabendo o que se passa na minha cabeça, sabendo as minhas fraquezas, as pessoas ficam com vantagem sobre mim. Por outro lado, a partir do momento em que eu me abro com as pessoas, acabo por esperar mais alguma coisa delas - mais compreensão, mais "segurança". E, eventualmente, vão desiludir-me. Porque é o que acontece sempre. 

Eu gostava. A sério que gostava de ser daquelas pessoas com confiança em si e nos outros. Ou pelo menos aparente. Mas não consigo. Eu sei, pelo menos em parte, porque é que sou assim. Mas isso não me ajuda. No entanto, é uma coisa que tenho que mudar. Ou, pelo menos, que quero mudar. 


Tudo isto porque estou a ver vestidos no site da ASOS, apetece-me comprar alguns (ou pelo menos um ou outro, visto que estou mais falida que a Grécia) e percebi que por mais que goste deles, não conseguiria nunca confiar num site de compras exclusivamente online. Eu compro livros online, pela FNAC e pela AMAZON. Mas uma coisa são livros e outra é roupa. Roupa, online, compro pela MANGO, onde posso trocar, ou devolver, na loja, caso não goste ou não me sirva. Teoricamente, pelo que oiço dizer, é possível devolver à ASOS. Mas não confio. Não consigo. Enfim, as considerações quase filosóficas a que uns vestidos levam, ah ah!